A Importância do Dentista nas UTI's
06/12/2017 12:22 - Atualizado em 06/12/2017 12:26
COLUNA MARIA FERNANDA TORGA
Dentistas nas UTI’s dos hospitais garantem qualidade de vida aos pacientes.
A atuação de dentistas nas UTI’s (Unidade de Terapia Intensiva) dos hospitais garantem qualidade de vida aos pacientes, e este é um assunto que tem sido amplamente discutido.
Pacientes que se encontram internados, muitas vezes, apresentam higiene bucal deficiente, o que propicia a colonização da cavidade oral por microrganismos chamados patogênicos, que são aqueles que têm capacidade para levar ao desenvolvimento de doenças, principalmente as respiratórias.
A quantidade de microrganismos patogênicos na cavidade oral aumenta com o tempo de internação.
Caso a higiene bucal não seja realizada adequadamente, a boca acaba se tornando um reservatório desses patógenos. Em paralelo, ocorre também o aumento de patógenos respiratórios que colonizam o biofilme bucal.
Estudos mostram que existem estreitas relações entre infecções pulmonares e a condição bucal.
Um exemplo é a pneumonia nasocomial ou pneumonia associada à ventilação mecânica, responsável por altas taxas de morbidade, mortalidade e aumento expressivo dos custos hospitalares.
Uma das causas da pneumonia nasocomial é a aspiração do conteúdo presente na boca e na faringe, como saliva e placa, cheias de bactérias. Portanto, é necessário a manutenção da saúde bucal, além da maior integração da Odontologia e da Medicina, visando o tratamento global e dos pacientes, a prevenção de doenças e maior humanização das pessoas internadas.
Benefícios de obter Cirurgiões-dentistas nas UTI’s
Melhora da qualidade de vida do paciente; redução do risco de infecção e do tempo de internação; menor quantidade de prescrição de medicamentos; diminuição da indicação de nutrição parenteral, já que o paciente consegue se alimentar pela boca, e redução dos custos de internação são alguns dos benefícios quando existe um cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar do hospital.
Uma condição bucal comprometida pode afetar negativamente a condição sistêmica da pessoa, principalmente se ela estiver imunocomprometida, apresentar doenças crônicas como diabetes, problemas cardiovasculares e hepáticos, entre outras doenças.
Assim, quando o cirurgião-dentista remove focos de infecção presentes na boca, colabora para minimizar o risco de infecção desse paciente que está internado, evitando morbidades decorrentes da terapia médica, diminuindo o tempo de internação destes pacientes.
A inclusão do cirurgião-dentista na equipe multiprofissional é capaz de diminuir cerca de cinco dias o tempo de internação, diminuir também em 50% a necessidade de morfina para controle da dor, sendo duas vezes menor a necessidade de alimentação parenteral. Além disso, o risco de mucosite oral, uma das complicações bucais mais comuns do tratamento oncológico, é 13 vezes menor.
Atualmente, existem protocolos de cuidados bucais, incluindo a Laserterapia, realizados pelo cirurgião-dentista durante a quimioterapia ou radioterapia, com resultados que verificam não apenas a redução da intensidade da dor, mas também a diminuição da severidade da mucosite oral.
Projeto de Lei que torna obrigatória a presença do Cirurgião-dentista em hospitais.
A PL 2776/2008 torna obrigatória a presença de dentistas em hospitais públicos e privados de médio ou grande porte em que haja pacientes internados ou que atendam a doentes crônicos, para prestar atendimento dentro da UTI e demais locais que haja necessidade. “Essa lei já tramita há alguns e sofreu modificações. Em 2016, teve parecer favorável da senadora Ana Amélia Lemos, mas ainda não foi sancionada pelo presidente.”
A Resolução RDC no 7, de 24 de fevereiro de 2010 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de UTI e o Artigo 18 descreve os serviços à beira do leito que devem ser garantidos, por meios próprios ou terceirizados, entre os quais consta a assistência odontológica.
Fontes:
SciELO - Scientific Electronic Library Online
Biblioteca Virtual em Saúde
SCIELO.ORG
Maria Fernanda Torga é Formada pela FOC-Faculdade de Odontologia de Campos com cursos de Especialista em Endodontia, paciente com necessidades especiais e cursando a especialização de ortodontia, tem Atualização em Prótese Dentária e Dentística, além de Capacitação em Harmonização Facial ( botox, preenchimento, fios PDO, IPRF e DermaRoller)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Nino Bellieny

    [email protected]