Vendem-se sonhos a 1 Real
- Atualizado em 04/12/2017 21:02
Por Nathália Schuwartz
Um espectro ronda eternamente a política, o da decepção dos eleitores. Podemos dizer que o voto de confiança, continua gerando várias ondas de descontentamento em relação aos eleitos
Todos estão cansados da política tradicional, cada vez mais corrupta, ineficiente e distante dos reais interesses.
No contexto brasileiro, em 2017, esse cansaço chegou ao cume da “exaustão moral”, provocando a erupção generalizada de sentimentos antipartidários e de uma exasperada repulsa aos políticos.
As promessas da última campanha eram amplas, vagas, e em determinados casos, contraditórias. Mas funcionaram, baseadas na vontade popular de mudar.
Mas mudar para onde? Como? Ninguém sabia ao certo e mesmo assim embarcou no caminhão.
As propostas vagas, mas sedutoras, encaixaram-se perfeitamente nos desejos de enorme parcela de eleitores, ávida por mudanças. Esses eleitores acreditaram no discurso que pregava uma política baseada exclusivamente em negociações pragmáticas. Acreditando num governo de união conduzido por uma aliança de  bons indivíduos, acima de interesses próprios. Acreditando em qualquer coisa que significasse um futuro melhor.
"Quem promete e não cumpre, o superior entende como afronta, o igual como injustiça e o inferior como tirania"
A frase acima define a atualidade, resultado dos ideais de outrora grandes políticos, queridos e respeitados até então, mas que se revelaram criadores de uma estratégia apenas para vencer, sem um plano viável e transformador para o cidadão.
Ofereceram promessas para se elegerem e ao chegarem ao poder, perderam o senso da ética, da honestidade, do compromisso e até da religiosidade, usando Deus como argumento para conquistar a boa fé dos eleitores.
Prometem o que sabem muito bem não terão como realizar. Pouco importa. Importante é se eleger.
São impostores, são os ladrões de sonhos dos eleitores.
Estudam os os sonhos do povo, adulteram-nos e os adaptam ao gosto do freguês. Fazem todos acreditar em um sonho totalmente sem condições de ser realizado.
É revoltante ouvir os políticos prometerem tantas e tantas coisas, os eleitores votarem neles e quando chegam ao poder, não cumprirem o que prometeram.
"Esquecem" ou "fingem" que não é com eles, fazendo e tratando os eleitores como bobos.
Acreditam que são espertos, e são, na medida que conseguem enganar os eleitores com promessas, favores e dinheiro.
O que seria um sonho vira decepção, a decepção se transforma em rejeição.
Enquanto isso, o que lhes elogiam, ainda que falsamente são bem-vindos e os que ousam dizer a verdade, são tratados como inimigos.
Mas a verdade, ainda que demore, sempre prevalece.

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    Nino Bellieny

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