Um grupo de mulheres fizeram uma passeata por ruas da área central de Campos, na tarde desta segunda-feira (13), em protesto contra a PEC 181, que pretende criminalizar o aborto em todos os casos no Brasil, inclusive após estupros.

Vestindo preto e ostentando cartazes com as palavras de ordem “É pela vida das mulheres. Nenhum direito a menos”, as manifestantes se concentraram em frente à Universidade Federal Fluminense (UFF), percorreram a avenida 28 de Março, passaram pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), onde se juntaram a outro grupo de mulheres, e seguiram para a Câmara Municipal de Campos, onde fizeram um protesto nas escadarias.

“Querem que a mulher que engravide de um estuprador não tenha direito ao aborto. E pior: seja presa por interromper a gravidez ou morra em um aborto clandestino. O direito ao aborto legal em casos de gravidez por estupro ou risco de morte para a mãe são direitos permitidos desde 1940 pelo Código Penal Brasileiro. Estão nos obrigando a viver uma segunda violência”, diz o perfil do evento criado no Facebook “Ato contra a pec 181”.

A página na rede social ainda destaca que a PEC 181, no conteúdo original, ampliava direitos trabalhistas para a mãe de prematuros, ampliando a licença maternidade nesses casos, mas na Comissão Especial da Câmara dos Deputados designada para analisar a PEC, ela recebeu uma emenda que proíbe o aborto até em casos que são permitidos por lei, como o estupro e o risco de morte para a mãe. “Por isso chamamos a PEC 181 de Cavalo de Troia. Agora, a PEC vai ser votada no plenário da Câmara em Brasília e não vamos nos calar. Precisamos, sim, ampliar a legalização do aborto, para que as mulheres parem de morrer. E não restringir ainda mais seu acesso. Não vamos deixar que criminalizem nossos corpos e retirem nossas vidas cada vez mais”.