Agrícola adere à greve dos servidores
Paula Vigneron e Matheus Berriel 06/11/2017 23:06 - Atualizado em 08/11/2017 14:23
A Escola Técnica Agrícola Antônio Sarlo, em Campos, que ainda resistia à greve geral da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), agora também está parada. A medida foi tomada nesta segunda-feira, durante reunião dos servidores, após a unidade ter sido alvo de ação criminosa no último final de semana. Materiais elétricos foram furtados, deixando grande parte da instituição de ensino sem energia elétrica. O caso foi registrado na 146ª Delegacia Policial (DP), em Guarus. Além da falta segurança, os servidores ainda não receberam os salários de setembro e outubro deste ano e o 13º de 2016.
De acordo com informações, alguns servidores teriam combinado de fazer um revezamento para manter a unidade em funcionamento, com o intuito de não prejudicar os alunos, visto que o atual ano letivo está previsto para ser encerrado apenas em março de 2018. Porém, o revezamento não teria sido liberado pela administração geral da Rede Faetec. Na reunião desta segunda, 36 servidores estiveram presentes. Destes, 31 foram favoráveis à greve, quatro votaram contra e um se absteve.
Uma nova reunião foi marcada para o próximo dia 21, na expectativa de que, até lá, o Governo se posicione e/ou pague os salários atrasados. A reportagem da Folha da Manhã entrou em contato com a secretaria estadual de Fazenda, mas, até o fechamento desta edição, não havia sido emitida resposta. À secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, foi pedido um posicionamento a respeito da greve, também sem êxito.
Na manhã desta segunda, funcionários do Colégio Agrícola, como também é conhecida a instituição, chegaram ao local e constataram que cabos e fios de seis milímetros haviam sido levados dos postes. Somente o prédio destinado ao ensino fundamental não foi afetado. A escola, que funciona no Parque Aldeia, em Guarus, permanece com apenas um segurança, trabalhando em dias alternados, devido à saída dos funcionários terceirizados, motivada pelo atraso no repasse de verbas. Técnico-administrativo do Agrícola, Jorge Machado acredita que o crime tenha acontecido no domingo (05). Até sábado (04), segundo ele, havia iluminação na escola. Não há informações sobre suspeitos. A escola não possui sistema de monitoramento interno.
— Uma grande quantidade de cabos e fios foi levada. No início do ano, o Governo do Estado tirou todos os terceirizados, inclusive os da segurança. Por isso, roubos têm acontecido — disse Jorge.
Responsável pelo patrimônio, a professora Luciana Ferreira Paes Ribeiro teme que as ações criminosas possam piorar. “Desde o momento em que roubam por fora, eles podem invadir a escola”, afirmou, lembrando que profissionais da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Darcy Ribeiro, por medo de roubo, retiraram de seu núcleo, situado no Agrícola, ovelhas utilizadas em pesquisas.

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