Terá início neste domingo (5) mais uma edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que só será encerrado no próximo final de semana. A mudança na realização da prova, agora em dois domingos, é a principal entre as realizadas pelo Ministério da Educação (MEC), por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Neste domingo, os inscritos farão a redação e as questões de linguagens e das disciplinas das ciências humanas, com duração máxima de cinco horas e 30 minutos. Já no próximo domingo (12), será a vez das questões de matemática e das ciências da natureza. A duração será um pouco menor, com quatro horas e meia.

Cursando o terceiro ano do ensino médio, a estudante Sâmela Caetano, 17 anos, fará o Enem pela segunda vez. Na primeira, fez para adquirir experiência, pois já vinha estudando desde o primeiro ano para ter um bom desempenho e tentar uma vaga no curso de Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em Macaé. No segundo semestre deste ano, aprimorou os estudos em um curso de física e matemática e focou na realização dos exercícios da escola para fixar o conteúdo aprendido. Sobre a mudança no formato de aplicação das provas, ficou dividida.

— Para mim, tem um lado positivo e um negativo. Por um lado, me dá mais tempo entre uma prova e outra e não vai ficar tão cansativo. Já por outro, a divisão colocou ciências humanas, linguagens e redação no mesmo dia, com muita leitura, e matemática e as ciências da natureza no outro domingo, com muita conta. Mas, acho que fiz o meu melhor. Me preparei e acredito que alcançarei o meu objetivo — afirmou.

De acordo com o MEC, cerca de 6,7 milhões de pessoas farão o Enem 2017. As provas serão aplicadas em 1.725 municípios do país, com 12.432 locais de aplicação e 13.638 coordenações. O número de salas de aula utilizadas para receberem os 6.731.300 participantes aguardados é de 182.339. Os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília). Os candidatos que ainda não sabem onde farão a prova devem conferir no site do Enem (enem.inep.gov.br).

Como nos anos anteriores, a nota obtida no Enem poderá ser utilizada como acesso ao ensino superior em universidades brasileiras através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), na rede pública, do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), ambos relacionados às instituições particulares.

Considerada o “bicho papão” do Enem, a redação, sempre com tema surpresa, deixa apreensiva a maioria dos candidatos. Porém, para os especialistas da língua portuguesa, não há motivo para desespero. O importante é ter atenção, usar a folha de rascunho e seguir regras básicas que devem ser respeitadas em uma dissertação.

— Antes de iniciar, é preciso ler atentamente a proposta apresentada pela instituição organizadora e escolher os argumentos. O candidato deve produzir um texto conciso, coeso e coerente. Depois de escrever o rascunho, fazer uma revisão, observando se o vocabulário está adequado e se não houve repetição de palavras. Quando houver, substituí-las por sinônimas. Também verificar se não há erros de grafia, pontuação, regência, colocação pronominal e concordância. Por fim, conferir se o título está adequado — orientou Liliane Alves, professora de português do curso de jornalismo do Centro Universitário Fluminense (Uniflu).

Outras dicas foram dadas pela professora Carla Patrícia Moço, que leciona língua portuguesa e redação em pré-vestibular particular e na rede estadual. “A redação deve conter no mínimo 20 linhas, para ser considerada razoável; separar o assunto do tema, porque são coisas diferentes; ter um parágrafo de introdução, dois ou três de desenvolvimento, defendendo o ponto de vista, e um de conclusão. O candidato nunca deve usar as primeiras pessoas e colocações como ‘eu acho’ ou na minha opinião’. Vale lembrar que todo parágrafo é uma mini redação. Portanto, tem início, meio e fim. Escreva com letra legível e fuja do senso comum, use a criatividade. A banca corretora deve se surpreender com o diferencial, o poder de reflexão e persuasão colocado no texto”, disse.