PM do RJ exonera agentes que investigam crimes de policiais militares
03/11/2017 12:51 - Atualizado em 16/11/2017 13:42
Jorge Fernando Pimenta novo corregedor-geral da PM do RJ
Jorge Fernando Pimenta novo corregedor-geral da PM do RJ / Reprodução de vídeo
O comando da Polícia Militar exonerou, nesta quarta-feira (1º), seis oficiais da Corregedoria da corporação. São cinco majores e um tenente-coronel que foram retirados dos cargos no dia seguinte à nomeação do coronel Fernando de Oliveira Pimenta – ex-comandante do Batalhão de Choque – como novo corregedor da PM do Rio de Janeiro. Os seis foram transferidos para o Departamento Pessoal da corporação.
De acordo com dados da PM obtidos pelo G1, nos três primeiros meses da equipe à frente das unidades correcionais, de julho a setembro de 2017, foram presos 62 PMs – um aumento de 588% no número de prisões em comparação ao trimestre anterior. De abril a junho, antes de eles assumirem as Delegacias de Polícia Judiciária Militar (DPJMs), houve nove prisões de policiais.
O G1 questionou a PM sobre o motivo das exonerações. Em nota, a corporação respondeu apenas que "por determinação do comandante-geral da PM o novo Corregedor é o coronel Jorge Fernando de Oliveira Pimenta, que estava comandando o BPCHq".
Entre as exonerações, publicadas em boletim interno da PM ao qual o G1 teve acesso, está a do major Manuel Carlos Pontes. Ele era o chefe da 8 DPJM, que investiga irregularidades cometidas por PMs em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
A equipe do major Pontes era responsável, por exemplo, por investigar denúncias de abuso de militares do Batalhão de Choque na Rocinha. Conforme mostrou o RJTV nesta quinta-feira (2), moradores da favela estão receosos de que, ao assumir o cargo de corregedor, o ex-comandante do Choque pare as investigações e haja retaliação contra a comunidade.
Em sua principal ação nos últimos cinco meses de atuação, a 8 DPJM prendeu em flagrante o major Alexandre Silva Frugoni, ex-comandante da UPP Caju, após uma equipe da Corregedoria encontrar armas e drogas no local. Nesta quarta, a Justiça Militar soltou o oficial e determinou que ele fique em trabalhos internos na corporação.
Fonte: G1

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