Atriz afirma que sofreu preconceito racial
11/11/2017 10:53 - Atualizado em 16/11/2017 14:08
Nádia (Eliane Giardini) chega ao cúmulo do seu racismo no capítulo de quinta-feira (9) de “O Outro Lado do Paraíso”, ao expulsar Raquel (Erika Januza) de sua casa com uma sequência de ofensas.
A perua chama a empregada de “vagabunda” e diz que seu filho “jamais casaria com uma preta, nariz de bolacha, beiçuda”, ao deixar claro para a moça que já sabe de seu relacionamento com Bruno (Caio Paduan). Sofrendo na pele de sua personagem o preconceito, Erika revela que já esteve na mesma situação na vida real.
A atriz relembra que, ingênua, custou a entender o que se passava todas as vezes em que o preconceito contra ela era velado.
— Hoje, sou mais consciente. Mas na época eu não entendia, só fui perceber quando as situações foram sendo verbalizadas mesmo — conta Erika, que acabou terminando namoros tanto porque o rapaz não quis assumi-la quanto por interferências familiares deles: — Infelizmente, não aconteceu uma vez só.
Apesar da trama pesada, a intérprete de Raquel se diz satisfeita em poder encenar uma história com que se identifica:
— Fico imaginando quantas empregadas ouvem barbaridades assim e não podem responder para não perder seu emprego ou mesmo porque não têm consciência da gravidade da situação, sentem medo porque quem ofende é mais forte financeiramente. Fico muito feliz de poder ser vista por essas pessoas e fazer elas entenderem que podem fazer diferente. Walcyr (Carrasco, autor de “O Outro Lado do Paraíso”) está trazendo isso à tona de forma linda e verdadeira.
Depois que é demitida, Raquel volta a morar no quilombo onde cresceu por um tempo. Mas não vai demorar muito para a moça voltar a Palmas, desta vez com um novo ganha-pão: ela vai vender artesanato confeccionado com o capim dourado, material típico da região do Jalapão. Erika destaca participação: “esse papel que vivo na novela é bastante enriquecedor e esclarecedor”. (A.N.)

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