Festa marca Dia da Consciência Negra
Jhonattan Reis 11/11/2017 10:48 - Atualizado em 16/11/2017 14:09
“Igualdade Racial em Campos”. Este é o título do evento que acontecerá na planície goitacá nesta terça-feira (14) para celebrar o Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro. Realizada pela Superintendência Municipal da Igualdade Racial, a festa contará com várias atrações a partir das 10h, no Museu Histórico de Campos e na praça do Santíssimo Salvador, no Centro. Na programação, apresentações da cultura afro-brasileira, debates sobre o tema, premiações e homenagens a personalidades da cidade.
A superintendente da Igualdade Racial, Lucia Talabi, ressaltou a importância da realização de eventos como o “Igualdade Racial em Campos”.
— É importante não só para a cidade, mas para todo o país. O Dia da Consciência Negra foi estabelecido como uma data de reflexão e conscientização. É ótimo que sejam realizados eventos para debater sobre a importância da cultura negra para a formação cultural do povo brasileiro — disse Talabi, que também ressaltou:
— Lembrando que o negro veio para o Brasil na condição de escravo, mas nunca foi passivo. Zumbi tem essa representatividade histórica, de ser um ícone da história brasileira. Essa data é para lembrar dele e simbolizar a resistência de um povo que nunca deixou de lutar pela sua liberdade, sua dignidade, seu espaço e seus direitos. Essa data traz esta reflexão e discussão para o nosso país, que é miscigenado, sendo que muitos brasileiros se negam a enxergar suas raízes, principalmente as negras e indígenas.
Lucia Talabi relatou, ainda, sobre racismo.
— E o evento acontece num momento em que vem ocorrendo situações complicadas em Campos (estudantes maranhenses foram vítimas de preconceito racial, na semana passada, no Instituto Federal Fluminense — IFF — campus Centro, durante a realização do III Encontro Nacional de Núcleos de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas, que aconteceu em Campos). Acho que é bastante significativo ter um evento sobre cultura negra neste momento. Levando em consideração que Campos tem quase 52% de sua população de mestiços e negros, esperamos trazer uma reflexão, para a sociedade campista repensar os seus valores.
A abertura do evento será às 10h, com a feira afro-brasileira trazendo artesanato e culinária para a praça do Santíssimo Salvador. Em seguida, às 11h, ainda na praça, terá apresentação de grupo de capoeira. Às 14h, no Museu Histórico, haverá mesa de debates com o tema “Identidade cultural e os afrodescendentes campistas”, com a psicóloga, jovem liderança do Unaids (programa contra a Aids) e presidente da ONG Nação Basquete de Rua, Tamillys Lírio, e com a professora mestre em Sociologia Política, militante do Coletivo Negro da Uenf e organizadora do EncresCampos — movimento que incentiva homens e mulheres negros a assumirem seus cabelos crespos —, Jhen Almeida.
Na sequência, será entregue, às 15h30, o Prêmio José do Patrocínio, que prestará homenagens ao Coletivo Sarava, grupo EncresCampos, projeto Black & Cia., Lar Fabiano de Cristo, projeto Samba na Praça e outros projetos e pessoas. Ainda no evento, serão condecorados, com honra ao mérito, o vereador Abu, o jornalista Edson Cordeiro e os radialistas Cacau Borges e Wellington MHZ.
Depois das premiações, a festa contará, ainda, com o primeiro Encontro de Alabés e Percussionistas de Campos (Percamp), às 16h30, e um desfile de moda intitulado “Preto em Estilo”, às 17h, no museu. As duas últimas atrações da programação acontecerão na praça do Santíssimo Salvador. Haverá apresentação do grupo de dança do William, às 18h, e uma roda de samba às 18h30.

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