Anthony Garotinho acumula muitos ex-aliados políticos. Um deles é o deputado cassado Eduardo Cunha. Os dois não se bicam. Mas a relação deles já foi estreita, à época em que Garotinho esteve à frente do governo do estado e colocou Cunha no comando da Companhia Estadual de Habitação (Cehab).

 A gestão de Cunha foi cercada por denúncias de irregularidades. Em 2000, as revistas “Época” e “Veja” mostraram que parte da área administrativa do governo estadual estava envolvida em acusações de tráfico de influência e licitações fraudulentas.

 O esquema de propinas arrecadaria R$ 1 milhão/mês. Surgiu, então, a proposta de se realizar uma CPI da Cehab, que acabou derrotada na Assembléia Legislativa. Apenas 14 dos 65 deputados presentes disseram sim.

 Garotinho fez mais por Cunha, que era suplente de deputado estadual. Articulou para que assumisse na Alerj de forma a obter imunidade contra as investigações das irregularidades pelo MP, denunciadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

 O rompimento entre os dois ocorreu quando Eduardo Cunha deixou a política estadual e foi exercer um mandato de deputado em Brasília. Os dois então tornaram-se desafetos. Mas se respeitam. Um sabe muito sobre o outro.