Empresário investigado pelo "fantasma" da GAP é preso de novo
24/11/2017 14:48 - Atualizado em 24/11/2017 16:31
O Ministério Público estadual deflagrou na manhã desta sexta-feira (24) a Operação Mercado de Ilusões, para prender empresários suspeitos de integrar uma organização criminosa que teria lesado pelo menos 600 pessoas em quase R$ 17 milhões, por meio de empreendimentos que seriam construídos em Resende, no Sul do RJ.
A operação aconteceu no Rio. O objetivo da ação de hoje foi cumprir mandados de prisão contra o empresário Fernando Trabach Gomes, a mulher dele Mônica Lima Barbosa, o filho Fernando Trabach Gomes Filho e Henrique Itamar Schmidt, entre outros.
Fernando Trabach Gomes é velho conhecido em Campos: O empresário é apontado como responsável por usar uma pessoa fictícia, George Augusto Pereira da Silva, para cometer crimes licitatórios e contra a ordem tributária. O "fantasma" aparecia como proprietário da empresa GAP, que tinha contrato com a Prefeitura de Campos, durante a gestão Rosinha, para locação de ambulância. Ele chegou a ser preso em agosto último.
Nota da defesa:
Posicionamento do advogado Márcio Delambert, responsável pela defesa dos empresários Fernando Trabach Gomes e Fernando Trabach Gomes Filho, a respeito da operação “Mercado de Ilusões:
“Verifica-se o uso e abuso das prisões preventivas. Os empresários sequer puderam esclarecer os fatos para as autoridades. Além disso, os fatos ocorreram devido à crise financeira pela qual passa o país. O caso deveria ser resolvido na instância apropriada, a justiça civil.”
Para lembrar...
Em 2009, no primeiro ano da gestão de Rosinha, a GAP foi contratada para alugar ambulâncias ao município. Desde agosto de 2011, o MPE apontava fraude na licitação que resultou na contratação. Em 2013, a revista Época revelou que George – que chegou a dar uma entrevista por telefone a uma rádio do Rio, era um “fantasma”.
Além de prestar serviço à prefeitura administrada por Rosinha, a GAP foi contratada em 2011 pelo gabinete do então deputado federal Anthony Garotinho para locar um carro em Brasília. A despesa foi paga com dinheiro da Câmara. Na mesma época, a empresa chegou a emprestar um carro para Wladimir Garotinho.
Dois dias depois, Garotinho subiu à tribuna da Câmara para dizer que a empresa ganhou “licitamente a concorrência”. O então deputado negou qualquer ligação com o esquema de George, mas admitiu conhecer o empresário Fernando Trabach Gomes. Já o empresário argumentou, na ocasião, que, sem ele saber, um escritório de advocacia criou George.
O próprio Garotinho anunciou que o contrato seria suspenso, o que foi confirmado pela Procuradoria do Município em março de 2013, mas os pagamentos continuaram a ser feitos por mais um tempo.
Existe uma Ação Civil Pública iniciada em outubro de 2011, na qual o MPE destaca supostos vícios na contratação da empresa e pede a condenação por improbidade administrativa da então prefeita, do então secretário de Administração, entre outros.

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    Suzy Monteiro

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