Clima cada vez mais tenso na Câmara de Campos
04/10/2017 10:25 - Atualizado em 16/10/2017 19:17
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
“Circo” I
Desde o retorno de vereadores da “linha de frente” da oposição, investigados na Chequinho, como Thiago Virgílio (PTC), Linda Mara (PTC), Miguelito (PSL), Ozéias (PSDB) e Kellinho (PR), que se juntaram ao atuante Thiago Ferrugem (PR), o clima nas sessões da Câmara de Campos tem ficado cada vez mais tenso. As disputas entre as bancadas ficam mais evidentes e as discussões acaloradas e a troca de acusações acabam, muitas vezes, gerando chacota do Legislativo. Não por acaso tem gente que já compara a Casa das Leis a um circo.
“Circo” II
Em uma democracia é fundamental que haja divergência de ideias e discussões sobre temas de relevância que impactam diretamente a vida da população. No entanto, cenas como as vistas ontem na Câmara, como a falta de respeito de parte do público presente e a descompostura de alguns parlamentares não contribuem em nada para o município, que passa por um momento financeiro delicado e precisa de união para superar a crise. A política do “quanto pior, melhor” não contribui em nada e enquanto for preciso reforço policial para uma sessão da Câmara acontecer os vereadores continuarão sendo vistos no centro do picadeiro.
Projeto aprovado
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, ontem, em segunda votação, projeto de lei de autoria do deputado Bruno Dauaire (PR) que determina a afixação de cartazes informativos sobre o direito de todo advogado de dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independente do horário previamente marcado ou outra condição. Os cartazes deverão ser afixados em cartórios, salas de audiência e salas de espera de todas as varas da justiça comum e dos juizados especiais do Estado do Rio.
Por celeridade
O projeto, que foi apresentado no ano passado e integra uma série de ações em defesa das prerrogativas dos advogados, resultado de uma parceria do deputado com a OAB/RJ, segue agora para a sanção do governador Luiz Fernando Pezão. Bruno, que é advogado, defende a necessidade de dar publicidade à prerrogativa para fazer valer a legislação federal que já trata do assunto, em vigor desde 1994, mas que muitas vezes acaba não sendo cumprida. Segundo ele, “é um direito do advogado e traduz o anseio da classe, visando tornar a relação processual mais humana e de equilíbrio entre advogados e magistrados. O objetivo é proporcionar maior celeridade e é também pelo bom andamento processual”.
Rio sombrio
De todos os estados brasileiros, o Rio de Janeiro é o que mais tem sofrido com a crise financeira, somando-se os efeitos da crise ética. Não custa lembrar que o Rio tem cinco governadores eleitos vivos, casos de Moreira Franco, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho, Sérgio Cabral e o atual Luiz Fernando Pezão. Hoje um deles está preso, caso de Cabral, pela Operação Lava Jato. Um outro também investigado foi recentemente privado da liberdade, mas em prisão domiciliar (depois solto) caso de Garotinho, pela Operação Chequinho. Pezão também tem sido alvo de denúncia na Lava Jato, assim como Moreira, enquanto Rosinha teve seu nome citado na delação do doleiro Lúcio Funaro, além do seu marido.
Triste cenário
Não resta dúvida tratar-se de um quadro que exige do eleitor carioca e fluminense profunda reflexão sobre os erros cometidos nas urnas nos últimos anos num Estado que tem sido palco de escândalos nos últimos 15 anos. Quando não houve governadores presos ou investigados, foram outros ordenadores de despesas, secretários ou diretores de autarquias que foram parar no xilindró ou tiveram seus nomes citados em investigações por desvios de conduta.
Ditadura, jamais
Que alguém faça um alerta a alguns comunicadores de rádio de Campos que fazem apologia da ditadura como solução para os problemas do Brasil, embarcando na onda desses que pregam soluções extremadas para os rumos do país, como uma intervenção militar. Saibam que debaixo de uma ditadura (qualquer uma, seja de direita ou de esquerda) nem mesmo sua profissão poderiam exercer, pelo menos em sua plenitude.
José Renato

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