Diálogo para avançar na Educação
Jane Ribeiro 21/10/2017 19:05 - Atualizado em 24/10/2017 19:20
Creche passou por reforma
Creche passou por reforma / Divulgação
Saúde e educação são as prioridades dos brasileiros. As duas, sem dúvida, são as pastas que mais exigem de qualquer governo. Em Campos não é diferente. Enquanto que a classe médica, pedindo melhores condições de trabalho, decretou estado de greve na última semana, na Educação os avanços com a categoria já começam a aparecer. O secretário de Educação, Cultura e Esporte, Rafael Damasceno, tem se reunido com Odisséia Carvalho, e demais representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) para debater as propostas relacionadas aos profissionais da educação. Apesar da evolução, o sindicato alerta para as péssimas condições das unidades e para a falta de material indispensável no dia a dia de uma escola.
Entre as reivindicações da categoria estão enquadramento do plano de carreira, reajuste salarial, regulamentação da carga horária dos auxiliares de secretaria e o principal que é sobre as eleições de diretores.
Um projeto de lei para eleição de diretores foi elaborado pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes (Smece) com o apoio de cientistas políticos da Universidade Estadual do Norte fluminense (Uenf) e Instituto Federal Fluminense (IFF), e entregue para apreciação do Sepe no mês passado. Segundo a direção do Sindicato existem algumas divergências na elaboração do projeto. Entre elas a indicação de políticos para o cargo. 
— Não aceitamos mais esse tipo de escolha. Queremos profissionais da educação estatutários, que tenham no mínimo um ano de exercício na unidade escolar, onde vai dirigir. Outra divergência encontrada durante as nossas reuniões é quanto ao projeto de lei deles que somente professores poderiam concorrer, nós colocamos que não. Entendemos que qualquer profissional da educação estatutário que tenha licenciatura poderá concorrer. A idade dos alunos para a cotação, nós também não concordamos. Eles querem 16 e nós 12. Voltaremos a nos reunir na próxima semana para avaliar esses pontos que ainda estão pendentes. O importante é que é uma reivindicação histórica da categoria e que foi aberta ao dialogo e vamos batalhar para que haja aprovação da câmara desse documento — informou Odisséia. 
Esta será a primeira vez que Campos terá uma eleição direta para diretores envolvendo toda a comunidade escolar: professores, alunos e pais de alunos, totalizando mais de 60 mil eleitores. O pioneirismo também se aplica à parceria com as universidades, com doutores na área dando aporte técnico para o processo eleitoral e depois dele, quando será oferecido um curso de gestão e administração aos diretores eleitos. 
— Elaboramos o nosso projeto com o auxílio de um grupo de cientistas políticos. Felizmente, há mais pontos convergentes que divergentes entre a nossa proposta e a do Sepe. O debate é sempre muito importante para que tenhamos regras claras e justas. Será uma eleição pioneira na rede municipal e grandiosa, bem maior que a da maioria dos municípios do Brasil, então é um grande desafio e uma responsabilidade enorme — pontua o secretário, Rafael Damasceno. 
Uso de material gratuito gera economia
“As escolas municipais estão em situação precária”. Essa é a declaração da direção do Sepe, que relata ainda a falta de material essencial para o funcionamento do dia a dia, uniformes que ainda não chegaram e principalmente dos livros didáticos.
No ano passado o governo Rosinha adquiriu livros didáticos da Expoente, livros que poderiam ter sidos enviados gratuitamente pelo Ministério da Educação e Cultura. No início do ano, a secretaria adotou ações que gerou economia para a pasta. Uma delas é a utilização de livros fornecidos, gratuitamente, pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para a rede municipal de ensino. Diferentemente dos anos anteriores, quando o material era comprado pela Prefeitura, a Smece espera economizar aproximadamente R$ 40 milhões até 2020. 
— No ano passado brigamos pela suspensão da Expoente, que eram 40 milhões para um sistema de ensino, que não atendia a realidade do nosso aluno, mas em contra partida o governo passado deixou uma armadilha para esse ano que não houve escolha. H ouve sobra de livros que não foram escolhidos pelos professores — disse Odisséia.
Creche do Parque Prazeres tem nova sede
Depois de 20 anos instalada em uma casa alugada, a creche do Parque Prazeres está funcionando em uma nova sede. O prédio antigo — com infiltrações e rachaduras, totalmente inadequado para comportar uma unidade de ensino — foi substituído por um imóvel com mais espaço e preparado para receber os alunos.
— Saímos do inferno e agora estamos no paraíso. Agora temos salas amplas, refeitório, uma cozinha adequada, pátio e as crianças não correm mais riscos. A diferença é tão grande que ainda estamos nos adaptando. Os pais também estão muito felizes. Podemos recebê-los aqui dentro, o que não podíamos fazer no outro prédio — destaca a diretora da unidade de ensino, Kátia de Azevedo.
O “paraíso”, como Kátia se refere, é o prédio construído originalmente para abrigar o Centro de Vivência do bairro, o que nunca ocorreu. O imóvel de mais de 1.200m² estava fechado. Enquanto isso, as 80 crianças atendidas pela creche ficavam aglomeradas em salas minúsculas, em condições precárias, aguardando a sede própria da unidade, que está em obras, ficar pronta.

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