Festival do Quibe é patrimônio imaterial
21/10/2017 22:14 - Atualizado em 27/10/2017 18:28
Divulgação
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou projeto de autoria do Deputado Estadual Marco Figueiredo, que torna o tradicional Festival do Quibe de Italva, no noroeste fluminense, Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. As tradições da culinária libanesa invadem Italva. Em toda a parte, restaurantes, bares e lanchonetes, o quibe é um dos salgados mais procurados. Trazido para a cidade pelos libaneses com receitas familiares, foi difundido por toda a região, mas na opinião do Padre Maxiliano Barreto em Italva o sabor é diferenciado. Em várias versões a receita ganha as mesas nas festas e é servido cru, frito ou assado. O segredo está no tempero, que é guardado a sete chaves pelos últimos libaneses e seus descendentes.
— É diferente comer um quibe em qualquer lugar, mas em Italva o quitute de origem libanesa guarda segredos trazidos pelos primeiros imigrantes e seus descendentes. A cidade é conhecida como a capital do quibe, mas a tradição agora reconhecida como patrimônio cultural imaterial precisa ser repaginada para retomar a originalidade da festa e reunir as famílias para um momento de confraternização e de reencontro — destaca o padre.
Mas as histórias são muitas. Recordações de um tempo que o Festival do Quibe reunia as famílias descendentes de libaneses. Quibes, esfihas e outras delícias. João Baptista Miote Filho preserva a tradição que recebeu da sogra Maria da Penha Florido José, 82 anos, que passou os segredos da culinária para a filha Maria Margarete Florido Miote. E o Cantinho Libanês é uma das referências na cidade. Saudosista, recorda desse tempo. Famílias que se encontravam no festival para recordar a chegada dos imigrantes que chegaram à cidade trazendo as tradições culinária.
— Recordo como foram os primeiros anos do Festival do Quibe. Uma festa familiar, e era uma grande oportunidade para rever amigos distantes, mas que sempre voltavam a Italva para este momento festivo. Aos poucos a comunidade libanesa foi diminuindo. Os mais velhos morreram e os jovens foram para outras cidades para estudar e acabaram ficando nestas cidades, mas a tradição continua. O grande segredo é manter a qualidade e resgatar esse lado familiar para voltar aos tempos que participávamos com a família reunida e era um encontro saudável... Tempos que deixaram saudades — disse João Baptista.
Uma lei para preservar a tradição. Desde 1971, o quibe é festejado atraindo turistas de várias partes do Brasil. Alem do quibe outras iguarias da culinária libanesa podem ser degustadas no Festival do Quibe realizado no Pedra Branca Social Clube. A diretora do clube Verônica Madureira destaca a importância da lei para a preservação da tradição: “É uma festa maravilhosa, bem organizada, cheia de gente bonita, onde você pode se divertir”. (A.N.)

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