Solta a cachorrinha...
- Atualizado em 21/10/2017 18:50
Nos anos 1950, o telefone tilintou e Mário Manhães de Andrade, então gerente de A Notícia, atendeu. Era um comerciante sírio, contando uma “tragédia” em casa.
Sumira uma cadelinha e os filhos estavam inconsoláveis. Mário disse que não recebia anúncios pelo telefone. Mas o sujeito o venceu no cansaço. Os sinais da cadelinha foram passados e o preço, de três cruzeiros, por vez, combinado. O comerciante mandou colocar sete vezes, ao preço final de vinte cruzeiros.
O anúncio saiu um dia só e o telefone novamente tilintou. Por coincidência, o próprio Mário Manhães atendeu. O homem estava eufórico e desmanchou-se em elogios ao jornal, dizendo que logo apareceu uma pessoa com um exemplar de A Notícia e a cadelinha.
Em meio aos elogios, o sírio disse que mandaria pagar os três cruzeiros.
— Calma aí! Não são três cruzeiros. São vinte.
— Mas o anúncio só saiu uma vez!
— Mas o combinado foi para sair sete vezes!
Discute daqui, discute dali, até que Mário deu a solução:
— Se o senhor não está satisfeito, solte a cachorrinha e deixe o anúncio sair mais seis vezes.
Do outro lado do fio, o homem ficou em silêncio por uns 15 segundos. Depois explodiu uma gargalhada, vencido. E mandou pagar os 20 cruzeiros.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Saulo Pessanha

    [email protected]