Ponto Final: O problema não era Ralph?
- Atualizado em 22/10/2017 14:47
O problema era Ralph?
Desde o início da operação Chequinho, o ex-secretário de Governo de Campos, Anthony Garotinho, vinha tentando afastar do processo o juiz da 100ª Zona Eleitoral Ralph Manhães. No mesmo sentido vinham tocando, como um samba de uma nota só, as defesas dos demais acusados pelo “escandaloso esquema” do Cheque Cidadão. A alegação era uma espécie de vingança pessoal do magistrado, que condenou Garotinho a nove anos, 11 meses e 10 dias de prisão e determinou sua prisão domiciliar, derrubada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Perseguição?
Porém, com a extinção da 100ª ZE, em 4 de outubro último, todas as ações da Chequinho passaram para 76ª ZE, sob a responsabilidade do juiz Ricardo Coimbra. Desde então, o magistrado condenou vereadores e ex-membros do governo Rosinha à prisão, vem dando continuidade os trâmites das demais ações, inclusive a que tem como réu o filho do casal Garotinho, Wladimir, e até instaurou nova Ação Penal referente a supostos crimes no âmbito da Chequinho. Seria uma nova perseguição ou a personificação de supostos algozes é mais um argumento que cai por terra?
Marco
O prefeito Rafael Diniz participou, ontem, da inauguração do Marco Sacro-Histórico-Cultural, com painel expositivo, em alusão aos primórdios da cidade de Campos dos Goytacazes. O marco, no pátio externo da Igreja São Francisco, representa a capela de palha que teve estabelecido ao seu redor, em 1652, o primeiro povoamento da Freguesia de São Salvador dos Campos. Ao lado do ministro da Ordem Terceira de São Francisco, major Oswaldo Almeida, do bispo Dom Fernando Rífan e do presidente da Câmara, Marcão Gomes, Rafael destacou o momento importante para a cultura do município e pregou, mais uma vez, a união para enfrentar crises.
Exposição
Durante a solenidade, também foi lançada a primeira exposição sócio-histórica-cultural da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, com pinturas, registros fotográficos e cartuns com a história da instalação da freguesia de São Salvador dos Campos dos Goytacazes. Além do prefeito Rafael Diniz, também estiveram presentes secretários de seu governo, personalidades da cultura de Campos e também fiéis da Igreja de São Francisco.
Coisas da política
Como não podia deixar de ser, a saúde, calcanhar de Aquiles de qualquer administração, dominou os debates semana passada em Campos. Médicos declararam estado de greve, enquanto na Câmara, oposição e situação trocavam acusações. O caso de uma montagem com um suposto diálogo entre o vice- presidente da Câmara, José Carlos (PSDC) com secretários municipais foi parar na delegacia. Muito mais que uma mentira, a fake news poderia minar o diálogo entre governo e médicos, através do sindicato. Nunca é demais questionar: A quem interessa o quanto pior melhor?
Saúde real
Ano passado, o orçamento da Saúde chegou a R$ 600 milhões. Em oito anos, foram cerca de R$ 4 bilhões, uma média de 500 milhões/ano. Ainda assim, o Hospital São José não foi concluído, atrasos nos pagamentos dos médicos que recebiam através de RPA eram constantes, do mesmo modo que a falta de insumos e medicamentos. Hoje, o prefeito Rafael tem disponibilizado com velocidade os recursos federais que chegam para a Saúde, porém, para investimentos na pasta e em todas as outras áreas, o governo municipal tem pouco mais de R$ 500 milhões.
Realidade
Recursos dos royalties não são mais possíveis, segundo vem explicando o governo. Só a folha de pagamento anual de pessoal gira em torno de R$ 1 bilhão. Dessa folha constam os salários dos concursados da saúde, que representam os gastos mais significativos. É nesta dura realidade que tem que trabalhar o governo junto a médicos e demais servidores. E, também, os próprios médicos, que conhecem a fundo a realidade e sabem que não é uma exclusividade do governo Rafael. Porém, é preciso lembrar daqueles que pouco têm a ver com tudo isso, mas dependem do serviço. Quem perdeu saúde ou está na iminência de perder, tem pressa, independente de política, disputas e números. Um entendimento é necessário, mesmo que cada parte tenha que ceder um pouco.

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    Suzy Monteiro

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