A edição desse domingo (15) da
Folha da Manhã trouxe (
aqui), mais uma, matéria sobre a Ponte da Integração, que um dia, bem distante, ao que parece, vai ligar os municípios de São João da Barra e São Francisco de Itabapoana. Com a pedra fundamental lançada em 6 de junho de 2014, pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), a obra tinha prazo inicial para conclusão em um ano. A solenidade, com cara de palanque político, a menos de quatro meses da eleição, foi mais uma promessa não cumprida. A obra até começou, mas não foi concluída em um ano e, agora, mais de três anos depois, continua sem previsão para o término.
Três anos de uma “nova espera”, que já dura mais de três décadas. Uma simples ponte sobre o Paraíba do Sul até chegou a ser iniciada nos anos 1980 — quando o antigo sertão era distrito sanjoanense. Contudo, as obras foram abandonadas na fase dos pilares. Quando voltaram a falar na ponte ficou constatado que seria mais barato para os cofres públicos iniciar uma nova, sem utilizar a estrutura da anterior, que mesmo sem ficar pronta já estava batizada com o nome de João Figueiredo.
Essa história de batizar obra antes de ficar concluída parece não trazer muita sorte para SJB. E já existiu uma intensa briga para escolher o nome da nova ponte. Então deputado estadual, Roberto Henriques batizou como ponte da Integração, sem a intenção de homenagear ninguém. Agora, o deputado estadual João Peixoto (PSDC) resolveu incluir o nome do saudoso ex-prefeito Genecy Mendonça, o Dodozinho. Essa não será a única homenagem que Dodozinho vai receber no município, certamente. Porém, será que o homenageado, conhecido por ter sido tocador de obras, ficaria feliz em ter seu nome vinculado a uma obra emperrada como essa? Não seria mais digno que se levasse para o parlamento estadual a discussão de concluir a ponte, para só então debater o nome e, aí sim, fazer homenagem? Prioridades são necessárias!
Por falar em João Peixoto, o parlamentar é recordista em anunciar a retomada das obras que nunca começam. Só neste ano, em veículos de comunicação da região, falou em pelo menos três datas. Ao sanfranciscano
VNotícia, Peixoto afirmou (
aqui) que Pezão visitaria SJB neste mês de outubro para anunciar a retomada das obras. Estamos na metade do mês (segunda-feira, 16 de outubro) e não há nenhuma previsão nesse sentido. Na matéria da Jéssica Felipe publicada pela Folha no domingo, é atribuída a João a informação que “a previsão é de que as obras, paralisadas desde janeiro de 2016, sejam retomadas no próximo mês”. No parágrafo seguinte, a reportagem diz que “o superintendente do Departamento de Estradas e Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ), Ivan Figueiredo, afirma não ter confirmação do retorno”.
Ninguém aguenta mais promessas infundadas e todo mundo está cansado de desculpas para essa obra não ser concluída. Não é uma ponte gigantesca, uma obra como a Rio-Niterói. A da Integração terá apenas 1,3 quilômetro de extensão e 16,2 metros de largura. O orçamento inicial era de R$ 105 milhões. A pior fase da obra, que era dentro do rio, já foi realizada. Agora a população cobra, e com razão, pelo término da construção. Ah, mas ano que vem tem eleição. E não precisa vir governador, deputados, pré-candidatos para “fazer festa” numa eventual retomada das obras. Seria até vergonhoso se isso ocorresse. Sem falar que o povo, de maneira geral, não é mais bobo. Vai saber separar as atitudes concretas dos circos que são montados de quatro em quatro anos.
Em tempo — Sem ponte, sem conclusão de outra obra em parceria com estado na entrada da cidade, a população de São João da Barra ainda sonha com a obra de contenção do avanço do mar em Atafona e a duplicação da BR 356. É um povo muito sonhador, esperançoso e de muita fé!