Semana de expectativas
23/09/2017 19:17 - Atualizado em 29/09/2017 14:23
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Semana de expectativas
As principais expectativas para o início da semana no conturbado cenário político campista ficam por conta da chegada ao Brasil do ex-procurador da Câmara de Campos Luiz Felippe Klem, acusado de tentar subornar pessoas próximas ao juiz Glaucenir de Oliveira, responsável pela primeira prisão do ex-governador Anthony Garotinho (PR) no âmbito da operação Chequinho, em novembro do ano passado, e também pelo julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do habeas corpus impetrado pela defesa de Garotinho contra a decisão de outro juiz, Ralph Manhães, que o sentenciou a 9 anos, 11 meses e 10 dias de prisão.
Explicações
O ex-procurador da Câmara terá muito que explicar às autoridades. Ele foi intimado a comparecer à Polícia Federal de Campos, sob risco de prisão. O inquérito da Polícia Federal relata detalhes das supostas abordagens do advogado a dois empresários e amigos de Glaucenir para oferecer o suborno ao magistrado. O documento que conclui os trabalhos da Polícia Federal também reforçam a submissão de Klem a Garotinho. Em uma interceptarão telefônica com autorização da Justiça, Luiz Felippe chega a dizer que “ama” o ex-governador.
Relações
Pessoas que conviveram profissionalmente com Klem durante o trabalho dele à frente da procuradoria da Câmara de Campos comentaram sobre o caso. Atual presidente da Casa e vereador de oposição ao governo Rosinha Garotinho, Marcão Gomes (Rede) criticou duramente a relação que chamou de “vexatória” entre Executivo e Legislativo até 2016, com as influências do então secretário de Governo Anthony Garotinho, e relatou que as denúncias “precisam ser apuradas no rigor da lei”.
Relações
Já o ex-presidente da Câmara, Edson Batista (PTB), que também chegou a ser interceptado pela Polícia Federal em uma conversa chamando Garotinho “comandante”, disse que existiam consultas naturais ao ex-governador como líder do grupo político, mas reafirmou a independência entre os Poderes. Sobre Klem, a quem se refere como amigo, Edson diz que ainda trata-se de uma denúncia e “não dá para ficar fazendo especulações”.
Bacia de Campos
No próximo dia 27 será realizada a 14ª Rodada de Licitações da Agencia Nacional do Petróleo (ANP). Ela oferecerá dez blocos na Bacia de Campos, dos quais seis localizados totalmente ou parcialmente no litoral do Estado do Rio de Janeiro. Uma boa notícia para a região que vem registrando vertiginosa queda na produção petrolífera e consequente redução nos repasses de royalties. A Bacia de Campos é a principal produtora de óleo e gás natural do país. Os bônus de assinatura mínimos dos blocos em oferta na bacia de Campos localizados no litoral fluminense variam de R$ 5,34 milhões a R$ 25,12 milhões.
Pré-sal
Além da 14ª Rodada, ainda estão planejadas para ocorrer as rodadas 2 e 3 do Pré-sal em outubro deste ano, também com ofertas de áreas no litoral fluminense. Até 2019 estão previstas nove rodadas de licitações no total, sob os regimes de concessão ou partilha da produção. A previsão de investimentos no estado com as nove rodadas programadas até 2019 é de U$ 30 bilhões ao longo da duração dos contratos, de 35 anos. Já a arrecadação com royalties neste mesmo período deve somar U$ 8 bilhões e U$ 400 milhões com participações especiais.
Deputado presidiário
A política brasileira oferece alguns episódios que beiram o escárnio. O deputado Celso Jacob (não por coincidência, do PMDB do RJ), cumpre pena de 7 anos e 2 meses de prisão em regime semiaberto, por falsificação de documento publico e dispensa de licitação. Desde junho, o deputado deixa o presídio da Papuda (Brasília) todos os dias pela manhã para exercer seu mandato na Câmara até o início da noite quando retorna à prisão. De dia, deputado, de noite, presidiário. Em tempo: Celso Jacob votou pela rejeição da denúncia contra Temer.
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