Direitos iguais para participar ou não de greve e paralisação
05/09/2017 10:17 - Atualizado em 08/09/2017 16:24
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Início de semana agitado
Campos iniciou a semana de forma tumultuada, com protesto de servidores na porta da Prefeitura e vias fechadas por conta de queixas no setor de transporte, que inclusive chegou a parar. Ainda seguiram paralisados os motoristas de ambulâncias, que alegam atrasos salariais. Já a coleta de lixo voltou a ser feita após ter sido suspensa nos últimos dias, sob a alegação dos funcionários de atraso no vale alimentação.
Direitos iguais
O movimento dos servidores está programado para seguir durante toda esta semana e foi decidido mesmo após tentativas do prefeito Rafael Diniz (PPS) de dialogar com a categoria e argumentar as dificuldades encontradas para, neste momento, não atender às reivindicações das categorias, como a de reajuste salarial. Fato é que é direito do servidor fazer greve, por não aceitar os argumentos do prefeito, assim como é legítimo o direito daquele servidor que não concorda com os argumentos do Sindicato dos Profissionais e dos Servidores Públicos Municipais (Siprosep) de trabalhar normalmente e não ser impedido, por exemplo, de entrar na Prefeitura, como ocorreu ontem.
Para tumultuar
O mesmo desrespeito aconteceu quando motoristas de ônibus decidiram não só parar coletivos das empresas onde trabalham, como impediram o trabalho de outros rodoviários que decidiram não aderir à paralisação. E foram além, fechando também vias e impedindo que outros trabalhadores também não tivessem garantido o seu direito de ir e vir. E se o tumulto foi grande nas ruas, nas redes sociais também não faltou quem tumultuasse. Figuras que fizeram parte do governo passado e até hoje são ligados ao grupo do Garotinho fazem questão de deixar as coisas ainda mais complicadas. Alguns nem querem saber o motivo da manifestação e só buscam fazer o uso político dela.
Contradições
O que esperar do ex-vereador Albertinho, condenado na Operação Chequinho, que participou de manifestação em defesa de lotadas e ontem foi às ruas “defender o salário em dia dos rodoviários”? Um dos grandes responsáveis para o transporte regular estar da forma que se encontra foi justamente a falta de fiscalização no último governo, no qual a farra das lotadas e a concorrência desleal sempre foram liberadas, colocando as empresas de ônibus ainda mais em dificuldade. É só um exemplo entre as contradições de um grupo que finge não saber o que levou à sua derrota nas urnas.
Nem de bola de cristal precisa
E para endossar essas contradições de quem parece ter vivido em uma Campos muito boa nos últimos anos ainda tem político dando uma de guru. Como “vidente”, Anthony Garotinho usou as redes sociais, no último dia 1º, para afirmar que “não esperava nada diferente do que está acontecendo em Campos”. E nem tinha como mesmo, afinal, ele conhece bem o buraco que deixou Campos, com dívidas da “venda do futuro”, caos na Saúde, rombo no PreviCampos, atrasos em repasses e várias obras paradas. Com tais heranças, nem é preciso bola de cristal.
“No palanque”
Em Brasília, onde cumpre agenda previamente marcada, o prefeito gravou um vídeo onde avaliou as manifestações ocorridas em Campos, reforçando que, apesar das dificuldades, tem buscado o diálogo. No entanto, não poupou críticas ao uso político do protesto por parte de algumas pessoas. “Neste dia difícil quero lembrar que estamos tocando a mesma cidade com a metade do dinheiro. Debatemos com todos os setores e todas as categorias de forma responsável e ouvimos as reivindicações olhando nos olhos. Agora, o que não podemos admitir é que uma oposição, que não desceu do palanque, invente mentiras e crie tumulto, gerando transtorno aos cidadãos. Mesmo com toda a dificuldade, vamos transformar a cidade com coragem e determinação”, disse no vídeo publicado nas redes sociais.
Código
Na semana passada, o governo do prefeito Rafael Diniz encaminhou à Câmara Municipal o projeto para a instituição do Novo Código Tributário de Campos. Há grande expectativa de que ele possa ser votado na sessão de hoje. Não dá para esquecer que na gestão municipal da então prefeita Rosinha Garotinho o Código Tributário foi imposto sem que houvesse meios para que as lideranças comerciais de Campos pudessem analisar e comentar sobre a legislação que entraria em vigor. Mas, posteriormente, a situação foi revertida com base em decisão judicial que decretou a nulidade do novo código. A antiga gestão recuou, não porque quis.
José Renato

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