Campos avança em saúde mental
13/09/2017 13:49 - Atualizado em 14/09/2017 14:11
Saúde Mental fez carta aberta á população
Saúde Mental fez carta aberta á população / Folha da Manhã
No início do mês, profissionais do Programa de Saúde Mental de Campos emitiram uma carta aberta, tendo como referência a citação “ousar um possível sonho de liberdade e inclusão social”, do escritor e médico psiquiatra Paulo Amarante. Nos últimos anos, vem caindo o número de pacientes nos hospitais psiquiátricos de Campos, assim como em todo o país. O fato se deve à ampliação da rede de saúde mental, com investimento em serviços de atenção psicossocial, colaborando no avanço da Reforma Psiquiátrica enquanto política pública.
Promulgada em 2001, a Lei nº 10.216, dispõe sobre a proteção e direitos dos portadores de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial. Na visão da equipe da Saúde Mental de Campos, ainda subsiste um receio de conviver com essas pessoas, associando transtornos mentais à agressividade, o que pode ser considerado preconceito.
— A preocupação é esclarecer a população, colocar a mídia a par do que está acontecendo. Nosso trabalho é seguir a política do Ministério da Saúde, que foi modificada a partir da Reforma Psiquiátrica. A ideia é fortalecer os serviços substitutivos, melhorar a qualidade no atendimento e diminuir os leitos psiquiátricos — afirmou Tânia Terra, matriciadora da Saúde Mental junto às Unidades Básicas de Saúde de Família (UBSF).
De acordo o Ministério da Saúde, de 2002 a 2015, houve redução de 51,3% no número de leitos psiquiátricos, caindo de 51.393 para 25.009. Neste ano, nas unidades de Campos, a queda foi brusca. Em março, 45 pacientes foram internados, em julho, apenas quatro.
— É um avanço para a sociedade e a política da Saúde Mental. Se as pessoas conseguem ser trabalhadas com dignidade junto à família e à comunidade, é um sinal de que estamos evoluindo — completou Tânia.
Procurada pela Folha da Manhã, a administradora do Hospital Psiquiátrico Henrique Roxo, Patricia Juncá, disse que ainda não tinha lido a carta aberta e não quis comentar o assunto. A reportagem não conseguiu entrar em contrato com a administradora do Hospital Abrigo João Viana, Cristina Lima. (M.B.)

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