Garotinho - a versão de perseguido faz parte do seu histórico
- Atualizado em 15/09/2017 07:49
A cobertura sobre a prisão domiciliar do ex-governador Anthony Garotinho nos grandes jornais do país foi discreta. Mereceu o espaço de uma figura regional, que hoje está mais para comunicador de rádio do que inserido no cenário político com chances de maiores vôos nas urnas.
Já na prisão passada, o espaço na mídia nacional ganhou mais dimensão pelo histrionismo da resistência de Garotinho em ser levado para Bangu do que pela decisão judicial em si. Agora, diante da nova sentença, aliados buscam nacionalizar os efeitos negativos da prisão.
Assim é que, na contramão do motivo pelo qual Garotinho foi preso, o advogado dele Carlos Azeredo deu a versão de uma conspiração. Disse que, preso, o ex-governador não poderá continuar “denunciando políticos criminosos importantes”.
Clarissa, a filha, deu o mesmo tom. No Faceboox, não falou que o pai foi preso pela acusação de fraudar o Cheque Cidadão nas eleições em Campos. Escreveu que não há no Brasil uma voz que tenha denunciado tantos corruptos de alto escalão como o Garotinho.
O objetivo é passar a versão de que Garotinho está sendo perseguido. A atitude dos aliados não surpreende. As pessoas de Campos que conhecem o histórico político do ex-governador sabem que tal expediente (de perseguido) sempre foi uma de suas armas.
A posição de Clarissa, em projetar uma versão nobre para a prisão, passa, é claro, pela valorização da imagem do pai. Imagem, aliás, que reflete na própria performance dela nas urnas.
A propósito, a charge de Chico Caruso, ontem, na primeira página de O Globo, colocou Garotinho como o último de uma fila de políticos presos.

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    Saulo Pessanha

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