Lava Jato apura fraude na Olimpíada e faz buscas na casa do presidente do Comitê
05/09/2017 09:19 - Atualizado em 05/09/2017 09:20
Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal prenderam, na manhã desta terça-feira (5), Eliane Pereira Cavalcante, ex-sócia de Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, ex-dono da empresa Facility. Os agentes visam cumprir mandados contra suspeitos de comprar jurados da eleição da cidade sede da Olimpíada de 2016. A operação, batizada de Unfair Play, é mais uma etapa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Em março, o jornal francês “Le Monde” havia denunciado que, três dias antes da escolha da cidade, houve pagamento de propina a dirigentes do Comitê Olímpico Internacional.
Por volta das 6h, os agentes chegaram à casa de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, para cumprir mandados de busca. Estão sendo realizadas buscas também na sede do COB. Nuzman será intimado a depor até as 15h desta terça na sede da PF. Ainda segundo determinação da Justiça, ele terá o passaporte apreendido. As investigações encontraram indícios de que Nuzman teve participação na compra de votos de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os jogos e que teria sido o responsável por interligar corruptos e corruptores.
De acordo com as investigações, um dos votos foi comprado de Lamine Diack – então presidente da Federação Internacional de Atletismo e então membro do Comitê Olímpico Internacional –, por meio de seu filho, Papa Massata Diack.
Principais pontos da investigação:
- A Justiça francesa investiga denúncia de compra de votos na escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016.
- A suspeita é que um dos votos comprados é o de Lamine Diack, então membro do Comitê Olímpico Internacional.
- Segundo o MPF, o dinheiro para a compra do voto de Lamine saiu de uma empresa de Arthur Soares, o Rei Arthur.
- Uma empresa de Soares transferiu US$ 2 milhões para Papa Diack, filho de Lamine.
- Para o MPF, as ‘negociações’ feitas por Carlos Arthur Nuzman foram ‘essenciais’ para o repasse da propina.

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    Arnaldo Neto

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