MP na casa de Garotinho, servidores na Câmara e Uenf na briga
09/08/2017 16:07 - Atualizado em 11/08/2017 14:26
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Inferno astral
Que o ex-governador Anthony Garotinho passa por um inferno astral não há dúvidas. Na maioria dos últimos grandes escândalos nacionais seu nome aparece de alguma maneira. Foi assim no caso da Odebrecht, cujos delatores, afirmam ter passado, ao longo de anos, quase R$ 20 milhões, a maior parte através de caixa 2. Assim, também, no caso da JBS, cuja uma nota trazia o manuscrito o nome do ex-governador.
Chequinho
Esperneando quanto mais se aproxima o dia em que será sentenciado na Chequinho, Garotinho se viu às voltas com mais um escândalo: Desta vez, ressurgiu um fantasma que parecia esquecido: O da GAP, que levou agentes do Grupo de Combate à Corrupção à “casinha da Lapa”, símbolo político do casal Garotinho e apresentada pelo ex-governador como seu único bem em todos os anos de vida pública. Único bem e que foi herdado. Em que resultará a ação de ontem é difícil saber, mas, de qualquer forma, é mais um golpe nas pretensões futuras do ex-governador.
O que mais falta?
Difícil, também, saber o que mais falta acontecer e até onde Garotinho, vendo seu capital político se esfacelar, é capaz de ir ou fazer. O caso Chequinho já tem sinalizado isso. Ontem, por exemplo, depois de dias atacando juiz e após ter dois escritórios famosos de advogados afastados do caso, além de outros patronos, Garotinho impetrou Habeas corpus preventivo junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TER), com um detalhe: Ele em sua própria defesa. Advogando em causa própria, ele pretende ganhar mais tempo até contratar novo advogado.
Servidores
A sessão da Câmara de ontem foi marcada pelos protestos dos servidores municipais, que compareceram em grande número para protestarem contra mudanças propostas pelo Executivo em um momento de graves problemas financeiros. No entanto, é preciso ter bastante responsabilidade com o município e com os próprios servidores. As aprovações do ponto biométrico e da regulamentação das substituições remuneradas, por exemplo, são questões importantes num caminho de adequações e transparência. Pela segunda proposta, por exemplo, apenas os servidores concursados poderão fazer as trocas, acabando com o uso político da prática para sangrar os cofres públicos. E ainda os profissionais das categorias que foram retirados das substituições poderão ser remunerados com horas extras, em caso de necessidade.
José Renato
Gato e gata
No entanto, com a Casa cheia, alguns vereadores de oposição usaram a tribuna apenas para “jogar para a galera”, com discursos irresponsáveis da “oposição apenas pela oposição”. O líder do governo, vereador Fred Machado (PPS), relatou que existe um grupo do “quanto pior, melhor” e desafiou: “quero ver alguém encontrar quando que um desses vereadores, que hoje estão na situação, se fiscalizou alguma coisa no governo passado. Pago um churrasco para quem me mostrar”. E o sempre combativo Marcos Bacellar completou: “é muita cara de pau. Conviveram por oito anos com o gato e a gata que roubaram tudo de Campos e nunca fizeram nada, só ficaram aplaudindo”.
Uenf (I)
Numa situação de abandono como a da Uenf, vários são os papeis a ser desempenhados. O do seu reitor, Luis Passoni, se cumpriu ontem, numa agenda cansativa no Rio de Janeiro, onde se reuniu na Faperj, secretaria estadual de Ciência e Tecnologia e Assembleia Legislativa. Na primeira, ele conseguiu retomar o orçamento inicial de R$ 15 milhões para bolsas de alunos em 2017, que havia sido cortado pela metade. No segundo, teve promessas do secretário Gustavo Tutuca de pagamento dos salários atrasados desde maio, além do 13º de 2016. Já na Alerj, trabalhou junto aos deputados pela autonomia financeira da universidade em 2018.
Uenf (II)
Num polo aparentemente oposto, mas na verdade complementar, está o papel da Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf). Após decretarem a greve dos professores na última quinta (03), eles ontem ganharam a adesão dos servidores administrativos da universidade e da Faetec. Presididos pela professora Luciane Silva, jovem liderança docente, a Aduenf prefere acreditar que os acenos diante da greve podem ser só tentativas de desmobilização. Dado o descumprimento das promessas feitas anteriormente pelo governo estadual, mantê-lo sob pressão até pagar suas dívidas não é tática desinteligente.

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