Outro advogado desiste da defesa
Suzy Monteiro 17/08/2017 11:17 - Atualizado em 18/08/2017 13:39
Antony Garotinho
Antony Garotinho / Paulo Pinheiro
Mais um advogado desistiu de defender o ex-governador Anthony Garotinho (PR) na ação penal em que ele é réu por suspeita de comandar o “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição municipal em Campos. Amyr Hamdem Moussallem, que foi designado para a defesa dativa pelo juiz Ralph Manhães, da 100ª Zona Eleitoral de Campos, renunciou ao cargo após o magistrado não aceitar um pedido para ampliação do prazo das alegações finais. Manhães afirmou que Amyr faltou “com o dever perante a própria Justiça” e nomeou Antônio Carlos Guzzo para ser o novo advogado dativo de Garotinho.
Amyr Moussallem pedia a ampliação do prazo das alegações finais, que terminou nesta quarta-feira (15). No entanto, o magistrado afirmou, em despacho, que o dativo começou a praticar atos “procrastinatórios” depois de ter contato com Garotinho. “O advogado dativo nomeado, após vários contatos com o réu, como informado pelo próprio perante este magistrado e vários servidores, inclusive outro magistrado, passou a tentar protelar o presente feito e criar nulidades inexistentes, faltando com a verdade em suas petições, com o único fim de criar fato que pudesse ensejar nulidades ou mesmo pudesse servir de argumento para o réu. O referido causídico, depois de ter contato físico com os autos por 11 dias, informou, dois dias após ter devolvido aqueles autos sem as alegações finais, que não tinha condições de cumprir o seu compromisso, culminado com a renúncia nesta data, curiosamente o mesmo destino dos outros patronos do réu”, declarou.
Ralph Manhães ainda respondeu à petição de renúncia do advogado dativo, afirmando que este agiu em “flagrante má fé”. “(Amyr quem procurou este juiz no seu local de trabalho, pedindo insistentemente para ser atendido por este juiz, que fez questão, então, de solicitar a presença de três outros servidores (...) para evitar a criação de fatos inverídicos, tais como narrados pelo peticionário retro e que tem sido corriqueiro neste processo”, disse.
Manhães ainda expediu ofícios para as instâncias superiores para investigarem o caso. Ao nomear Antônio Carlos Guzzo para a defesa dativa de Garotinho, o juiz fixou em dez dias o prazo para as alegações finais e determinou que os honorários de R$ 130 mil sejam pagos pelo réu.
A equipe de reportagem tentou contato com Amyr Moussallem, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. Em seu blog, Anthony Garotinho afirma que Ralph Manhães não agiu de maneira correta e legal ao rejeitar de ofício o pedido de exceção de suspeição do promotor Leandro Manhães, responsável pela denúncia do caso. À noite, o Tribunal Regional Eleitoral determinou que o juízo da 100ª Zona Eleitoral ouça o promotor antes de decidir sobre o caso.

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