Situação da Uenf debatida em mesa-redonda
18/08/2017 18:10 - Atualizado em 21/08/2017 16:37
Reunião no Centro de Convenções
Reunião no Centro de Convenções / Divulgação
Dando sequência à programação comemorativa da semana de 24 anos de fundação da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), aconteceu nesta sexta-feira (18), no Centro de Convenções Oscar Niemeyer, uma mesa-redonda sobre a situação atual e as perspectivas da instituição de ensino. Participaram da discussão representantes da Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf), do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro (Sintuperj), da Associação dos Pós-Graduandos (APG) e do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Durante o encontro, a presidente da Aduenf, Luciane Silva, confirmou a realização de nova assembleia dos professores na próxima quarta-feira (23), para decidirem se vão continuar ou não com a greve. Em situações parecidas com a da Uenf, o Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) decidiu pelo fim da greve, enquanto a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) votou pela permanência, tendo nova assembleia prevista para quinta-feira (24).
Presente no evento, o deputado federal Celso Pancera (PMDB-RJ) relatou as ações que estão sendo realizadas no sentido de dar visibilidade à crise no Estado do Rio de Janeiro. Entre elas, uma audiência pública para discutir a questão da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), com a presença dos deputados federais do Estado do Rio. Segundo Celso, também deverá ser feita uma audiência, nos mesmos moldes para discutir a questão das universidades. "O pessoal da Uerj decidiu continuar a greve, porque não tem como funcionar neste cenário, e nós estamos dando todo apoio. Podem contar com o meu apoio também", disse.
O aluno Gilberto Gomes, diretor do DCE da Uenf, destacou que a questão da desmobilização dos estudantes é um fato que não pode ser visto isoladamente, pois está diretamente ligado à evasão estudantil. "O estudante pobre é o primeiro a evadir da universidade quando não recebe as bolsas ou quando o restaurante não funciona. E é justamente este estudante pobre que faz mobilização. Os estudantes que estão indo embora são aqueles que sempre lutaram por esta universidade", disse.
Cristiano Peixoto Maciel, do Sintuperj, alertou para o provável comprometimento de uma geração caso a situação atual não seja revertida, defendendo uma maior mobilização interna dos servidores. "Este não é um momento de situação ou oposição. É um momento da Uenf. Primeiro temos que nos fortalecer aqui dentro, para sermos fortes lá fora", destacou.
  • Uenf completou 24 anos na quarta-feira

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Reitor faz crítica ao Estado -
O posicionamento do reitor da Uenf, Luís Passoni, teve críticas ao pacote de recuperação fiscal do Governo Federal. Para ele, o problema do estado não ocorre devido à máquina inchada ou aos salários astronômicos dos servidores, mas sim pela falta de receita.
— Estamos com muita dificuldade para manter as atividades essenciais da Universidade. Desde o início de 2016 estamos funcionando de forma capenga. Há tempos estamos trabalhando com um número muito reduzido de servidores nas atividades administrativas e estas pessoas estão exauridas, com problemas psicológicos devido aos atrasos dos pagamentos — disse.
Esta semana, o Governo do Estado quitou os salários atrasados de maio, junho e julho dos servidores. Entretanto, o 13º de 2016 ainda não foi pago. Também foram regularizadas as dívidas com os bolsistas das universidades estaduais, que estavam com os vencimentos de três meses atrasados.

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