Guilherme Belido Escreve - Segundo turno
Guilherme Belido 12/08/2017 18:25 - Atualizado em 16/08/2017 17:58
Aberto nesse sábado (12) com duas rodadas, o 2º turno do Campeonato Brasileiro começa pra valer neste domingo (13). São sete confrontos em que, para no mínimo seis clubes, os resultados podem produzir mudanças significativas na tabela, tanto de reafirmação na parte de cima, como de drástico afundamento no Z-4.
Nesta situação estão Santos, Palmeiras, Flamengo, Sport, Cruzeiro e S. Paulo, já que para o Grêmio o pior cenário seria afastar-se do líder.
Contudo, o que merece análise especial é o Corinthians, que tendo fechado o turno passado com o maior aproveitamento entre todos os clubes brasileiros na história dos pontos corridos, pode encaminhar a conquista do título já nos próximos três jogos, e de forma praticamente irreversível.
Percentual de hoje e sequência ‘dos sonhos’ vislumbram título
Com certo otimismo, mas sem nenhum exagero, vejamos o porquê o Timão poderá vir a estar com uma mão na taça na 22ª rodada.
O time paulista fechou o 1º turno com campanha invicta em que somou incríveis 47 pontos em 57 possíveis. O aproveitamento inédito de 82,5% dá ao Coringão folga tal que se no 2º turno o percentual despencar 12.3%, ainda assim a média ficará em 70.2% – acima do Palmeiras que foi campeão em 2016 com 70.1%.
E mais: os próximos três confrontos, rodadas 20, 21 e 22, o Corinthians enfrenta a Chapecoense em jogo adiado para o dia 23; o Vitória no dia 19; e o Atlético-GO dia 26. Ou seja: uma sequência dos sonhos logo no início do turno, sendo três jogos (dois na Arena Corinthians) contra adversários menores e com tudo para somar 9 pontos.
Logo, o aproveitamento do time de Itaquera subiria ainda mais dos já incríveis 82,5%, forçando o Grêmio, que tem na sequência o Botafogo, Atlético-PR e Sport, aos mesmos 100% de aproveitamento para não ver os 8 pontos de diferença subirem para 10 ou 12.
Assim, confirmando-se as projeções acima, para deixar escapar o título o Corinthians vai ter que dar todos os tropeços que não deu – o que seria uma avalanche de azar – e o Grêmio vencer ‘todo mundo’. Santos, Palmeiras e Fla, nem se fala. Com o detalhe: além do Corinthians perder, os outros vão ter que ganhar.
Em uma rodada, Fla pode despencar para 9ª e S.Paulo para ‘vice-lanterna’
Com o Corinthians nadando de braçada, o Grêmio buscando diminuir a distância e Santos/Palmeiras lutando para não sair do G-4, o Flamengo, que armou um elenco para ser campeão, pode, numa única rodada, cair da 5ª para a 9ª posição e ficar fora, até mesmo, do G-6.
Com 29 pontos e jogando no Independência contra um pressionado Atlético-MG, caso perca e seus ‘vizinhos’ de tabela – Sport, Cruzeiro, Atlético-PR e Fluminense – vençam, o Mengão despencaria quatro posições mergulhando de vez na crise que ronda a Gávea.
São Paulo – O outro desesperado (só que da parte de baixo) é o S. Paulo, que se perder para o Cruzeiro – nada improvável – não só permanece no Z-4 como passa a amargar a vice-lanterna. Ou seja: a luta do tricolor paulista é mesmo para não cair.
Já os demais ‘sofredores’ não mudam tanto se amargarem derrotas: o Atlético-MG não entra na Zona de rebaixamento; Vasco e Botafogo também seguiriam fora da degola. Com resultados favoráveis, Sport e Cruzeiro podem subir.
Folha advertiu sobre risco de se antecipar iniciantes
Em maio, na 1ª rodada do Brasileirão, esta página (fac-simile) dedicou longo espaço contra a exagerada expectativa que a crônica esportiva nacional colocava sobre os ombros dos treinadores iniciantes e, com mais ênfase, pelo fato de separarem por idade – e não por qualificação – o bloco dos capacitados dos “ultrapassados”.
Num equívoco patético, em especial por parte dos comentaristas dos canais esportivos, a fantasiosa criação de dois grupos com expectativas diferentes: os jovens, na faixa dos 40 e poucos anos, que levariam seus times à disputa do título; e os que já passaram dos 60, “retrógrados”, que deveriam botar o pijama e ir pra casa.
Conclusão: Rogério Ceni (44), afundou o S. Paulo com suas “inovações” esdrúxulas, acabou demitido sem qualquer consideração e até de forma desrespeitosa. Roger Machado (42), colecionou derrotas e eliminações no Galo mineiro e acabou dispensado de maneira que também deixou sequelas. Zé Ricardo, (46) deixou o comando do Flamengo depois de uma sequência de resultados negativos, culminando com o vexame frente o Vitória na Ilha do Urubu.
Enquanto isso, Vanderlei Luxemburgo (65) levou o Sport do rebaixamento para a 6ª posição; Abel Braga (64), segue com o Fluminense em nítida evolução e na parte de cima da tabela (o que é mais do que o jovem time das Laranjeiras poderia esperar); e o próprio Fla foi buscar a experiência do colombiano Rueda, de 60 anos.
Veteranos sofrem menos – Já para os comandantes da chamada linha intermediária, na casa dos 50, a pressão é bem menor. Oscilando pra lá e prá cá, Mano Menezes (55), Cuca (54), Renato Portaluppi (54), Dorival Jr. (55) e outros menos cotados são pouco afetados pelo imediatismo dos resultados.
Conclusão – Ressalvando que o espetacular desempenho do seguro e eficiente Fábio Carille (43) configura um ponto fora (mas muito fora) da curva e que Jair Ventura é festejado por tirar água de pedra do curto, porém empolgante, elenco do Botafogo, – os treinadores demitidos do comando dos outros mencionados grandes clubes, longe de incompetentes, são capazes, estudiosos e promissores.
Ceni, Roger e Zé Ricardo são promessas de um amanhã de sucesso e respondem – ao lado de outros – pelo futuro do futebol brasileiro. Mas é preciso, antes, ganhar cancha, tamanho e experiência. 

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