Questionado sobre propina envolvendo o Porto do Açu, Eike fica em silêncio
03/08/2017 18:15 - Atualizado em 03/08/2017 18:31
Foto: Agência Brasil
O empresário Eike Batista foi questionado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio, sobre o pagamento de propinas para o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Eike disse ao juiz que o relacionamento com o governo do Rio começou com os projetos para construção do Porto do Açu, no Norte do Estado, e do porto do Sudeste, na Baía de Sepetiba, ainda quando a ocupante do cargo era Rosinha Garotinho (atual PR). Quando Bretas, o juiz da Lava Jato no Rio, perguntou diretamente se houve algum acerto de propina para viabilizar esses empreendimentos, o empresário disse que pretende colaborar com a Justiça, que é seu dever — mas, por sugestão específica dos advogados, ia permanecer em silêncio. A postura reforça a tese de uma delação premiada do empresário.
No depoimento à Justiça Eike admitiu ter emprestado aeronaves ao ex-governador e reiterou querer “colaborar 100% com a Justiça”. O empresário afirmou que, quando tinha três aviões, as pessoas “sabiam que [os aviões] estavam parados” e pediam emprestado. “E é difícil dizer não ao governador. Mas na época do acidente disse que não emprestaria mais os aviões para políticos”, disse nessa segunda-feira (31).
Eike faz referência a um acidente ocorrido em junho de 2011, a queda de um helicóptero próximo à praia de Itapororoca, no distrito de Trancoso, na cidade de Porto Seguro, sul da Bahia. O dono do helicóptero, Marcelo Almeida, presidente do First Class Group e dono do Jacumã Ocean Resort, teria emprestado a aeronave para transporte de Cabral e convidados do ex-governador.
Flavio Godinho, que foi braço direito de Eike, também foi ouvido, mas preferiu o silêncio. Os dois estão cumprindo prisão domiciliar. Eles foram detidos em janeiro deste ano na operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio. Cabral foi preso em novembro do ano passado, no âmbito da Calicute, também um desdobramento da Lava Jato, e encontra-se em regime fechado na Cadeia Pública José Frederico Marques em Benfica, zona norte do Rio.
Com informações da Valor Econômico

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    Arnaldo Neto

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