Na contra mão do mundo...
07/08/2017 11:38 - Atualizado em 07/08/2017 11:38
 
contramão
contramão / google
É melhor andar sozinha na contra mão, mas convicta de sua lealdade, sua verdade e bem querer, da entrega, de dar o seu melhor... Desobedecer a regra enfadonha da vida, dos arranjos, das mesmices, dos acordos pequenos, nos fazem maiores... maiores na certeza de ser sempre sincero, primeiro com seus princípios, em seguida com o mundo...
Portas abertas, coração leve, vento que acaricia o amor ao próximo. A leveza da alma está em você falar e fazer a mesma coisa... isto nos dá paz, nos faz conscientes, gratos com a vida e sempre felizes... Pois a grande felicidade é ter a consciência de fazer sempre o que os seus valores realmente gritam dentro de você!
E neste mundo consumista, onde o poder é buscado a qualquer peço, quase que com atitudes e gestos doentios por “mandar”, esquecemos o verdadeiro sentido do que é “autoridade”... Autoridade é o que nos faz crescer, nos faz melhor, nos faz ter vontade de seguir aquele caminho, nos espelhar em alguém! Então hoje, tenho a convicção, quero andar na contra mão deste mundo que não olha no olho, que não reconhecemos quem está ao nosso lado, mesmo depois de anos a fio, pois na maioria das vezes o caminho tomado, leva a cegueira humana. E quando estamos “cegos”, não somos nada inteligentes emocionalmente, nem profissionalmente... Deixamos de enxergar a beleza do caminho, mas principalmente a paisagem ao fim do caminho... E sendo caminhantes não poderíamos ter infelicidade pior do que apreciar a beleza de quem caminha ao nosso lado... simplesmente passamos a não enxergar e não saber apreciar a beleza da vida, as flores, a paisagem do lado... é literalmente ser um nó cego humano.
Ter coragem para este enfrentamento, para desfazer esse nó cego, diante deste mundo endurecido em que estamos vivendo hoje, é primordial para que as relações sejam mantidas. A dificuldade inicial se transforma em dias de bonança, pois nada como a clareza das relações. Tempo que se perde com pequenos desentendimentos é tempo caro no cômputo da caminhada da vida. Na verdade, caminhar na mesma direção é um ato de sabedoria, porém faz parte desta trajetória, recuar quantas vezes forem necessárias para retomarmos caminhos, sair da obscuridade que não acrescenta, para a luminosidade das boas relações. Energia de leveza que faz bem a alma e ao coração, que contagia e fortalece os laços, que sintoniza no mesmo canal, trazendo sempre notícias que transbordam bons sentimentos, pois a sintonia é sinal de inteligência tornando-se essencial nos dias atuais. Caminharmos juntos, na mesma direção, respeitando e convivendo com opiniões diferentes, porém tendo sempre o bom senso permeando as decisões. Faz parte da caminhada esse respirar e prosseguir, porém como é positivo quando tudo se faz acompanhado da transparência nas relações.
Que possamos recuar e prosseguir, mas optarmos sempre pelo caminho que se caminha em conjunto, de mãos dadas, de coração pleno de leveza e da fé que se renova no compromisso do dia-a-dia. Pois os nossos compromissos são as nossas opções. Daí a riqueza da vida... o nosso livre arbítrio em nossas opções. Como é gratificante lutarmos pelo que escolhemos, e fazermos com amor, com afeto e com muita certeza de estarmos fazendo o melhor de nós, nossa máxima entrega...
Que nossas opções tenham sempre o sabor do saber, pois quando estamos conscientes do que queremos, sabemos aceitar as decisões e seguir sempre em frente, sem dificuldades, pois as lutas que surgirem são bem vindas e fazem parte do caminho novo e luminoso que buscamos seguir sem receios, acompanhando a nossa inspiração que vem do coração, banhada de leveza e dos ventos da paz... que nos conduzem a liberdade...
A liberdade de andar na contra mão que vem de dentro. Vem do desejo de ser sincero, de treinar nossos ouvidos para a verdade, que muitas vezes não tem uma boa sonoridade, mas se faz necessária para a composição da melodia da vida. Já dizia Nelson Rodrigues, que toda unanimidade é burra, mas penso que a grande sacada é perceber a diferença entre o poder e o que realmente somos sem ele. Se somos a mesma pessoa com ou sem poder, significa que temos o poder de não nos deixarmos levar pelo “falso poder” e atingirmos a essência do bem querer, das relações que se importam com o respeito, com a gratidão, com o amor ao próximo... E por isso quero sempre estar na contra mão, não quero perder a pureza da criança que em mim habita, que acredita na sinceridade das amizades, das relações, das construções que nos fazem pessoas melhores... Me nego a me impregnar por este mundo negativo, em que pessoas disputam com pessoas. Não quero o “ou”, pois sou do “e”, porque andar na contra mão é agregar, é chamar: vem comigo, senta aqui, vamos juntos, o que você pensa sobre isso... É não só estar junto, é ser uma só pessoa no coletivo, é ter uma uníssona voz, com vários tons, dentro da mesma melodia...
E por fim, tenho a certeza plena, é a beleza que salvará o mundo (Dostoievsky), é a beleza do outro, do sentir, do humano, das relações sinceras, que acreditam e sentem, assim como Fernando Pessoa, que tudo vale a pena, quando a alma não é pequena... Quero andar na contra mão... simplesmente assim...
Com afeto,
Beth Landim

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    Elizabeth Landim

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