Garotinho se gaba de ser "pai" da venda do futuro, mas não assinou "certidão de nascimento"
03/07/2017 13:25 - Atualizado em 03/07/2017 13:41
Como o Ponto Final adiantou na edição da Folha no domingo (2), confira aqui, a Prefeitura de Campos disponibilizou em seu site um link para que a população conheça todos os dados oficiais sobre a "venda do futuro", realizada no governo Rosinha.
Lá é possível acessar o pedido de empréstimo, a Resolução do Senado Federal, Cópia do Contrato e Lei da Câmara dos Vereadores, que autorizava a contratação.
O interessante é perceber os caminhos, antes só conhecidos "de ouvir falar" ou através do divulgado oficialmente.
No pedido de empréstimo, os ofícios começam com o do então secretário municipal de Controle Orçamentário e Auditoria, Suledil Bernardino. Fiel escudeiro dos Garotinho encaminha o documento para o secretário municipal de Fazenda, Roberto Landes, falando sobre as dificuldades na execução orçamentária e pede providências para equacionar os problemas financeiros.
Roberto Landes, então, envia ofício ao procurador do município, Matheus da Silva José, relatando a situação financeira do município e sugerindo e justificando a contratação da Caixa Econômica Federal:
Em seguida, consta ofício da superintendência de Petróleo, onde o superintendente Marcelo Neves, fala das projeções e valores dos royalties e participações especiais, de acordo com a ANP.
Há, também, a cópia do contrato, assinado pela então prefeita Rosinha Garotinho:
Mas o que chama a atenção não é o que está nos documentos e, sim, o que não consta nele.
 "Prefeito de fato" de Campos até 2016, segundo falou o juiz Glaucenir de Oliveira, na decisão pela prisão do então secretário de Governo em novembro passado, Garotinho faz questão de afirmar aos quatro cantos que a operação com base nos royalties só foi possível graças a sua experiência política e administrativa (Confira no blog Ponto de Vista, de Christiano Abreu Barbosa, o depoimento de Garotinho ao juiz Ralph Manhães, terça-feira passada, onde reafirma isso e na imagem abaixo:)
Curioso é que, em nenhum dos documentos da "venda", apresentados até o momento, consta nome ou assinatura de Garotinho, apesar de ele afirmar que era "que era designado para elaborar o equilíbrio fiscal do município".
Quer dizer: 
Garotinho se diz "pai" da venda do futuro, mas não deixou registro.

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    Suzy Monteiro

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