Ponte, contenção do mar ou duplicação da BR: qual obra sai primeiro em SJB?
23/07/2017 19:00 - Atualizado em 24/07/2017 00:35
Façam suas apostas! São João da Barra chega a meados de 2017 com a promessa de empenho para conclusão de três obras importantíssimas: a ponte da Integração, que ligará os municípios da foz do Paraíba; a duplicação da BR 356 e a contenção do avanço do mar em Atafona. Qual será que sai primeiro? São todas intervenções necessárias, mas que de tantas vezes prometidas, passaram a ser lendárias, caíram no descredito de parte da população. Principalmente daqueles que anseiam a conclusão de alguma delas.
Uma simples ponte, de pouco mais de um quilômetro, sobre o rio Paraíba do Sul, para ligar São João da Barra a São Francisco de Itabapoana, é um plano antigo dos políticos da região. Aliás, começou a sair do papel na década de 1980, mas ficou apenas nos pilares. Três décadas depois, constataram que tais pilares não poderiam ser utilizados e, em 2014, lançaram a pedra fundamental da mesma ponte. Concluída? Claro que não! Com a crise no Estado do Rio, ficou deixada de lado. O deputado estadual João Peixoto (PSDC), um dos representantes da região na Alerj, falou que as obras serão retomadas e concluídas no próximo ano. Mas esse prazo de conclusão já foi remarcado tantas vezes, que não dá para saber quem aposta nisso.
Antes mesmo da ponte, nos idos dos anos 50 do século passado, já havia uma discussão política acerca da necessidade de uma intervenção para conter ou, ao menos, amenizar o avanço do mar em Atafona. Como se sabe, nada foi feito e o mar segue castigando a praia sanjoanense, já tendo tragado diversas ruas e construções, submergindo parte da história de um povo. Agora, com a cobrança da população, o poder público voltou a se articular para obra, estimada em mais de R$ 150 milhões. Diálogos, reuniões, fotos nas redes sociais, mas a única “medida” prática são sacos de areia — que se resolvessem alguma coisa, o mar não teria avançado nem 1/3 do que já avançou. Não há perspectiva de início da intervenção, tampouco de sua conclusão.
Outro assunto que sempre volta ao debate é a duplicação da BR 356, no trecho entre Campos e São João da Barra. Essa obra seria até mais palpável devido ao aumento do fluxo na rodovia, com a instalação e funcionamento do complexo portuário do Açu. No entanto, o Porto do Açu ficou bem longe de ser aquilo que foi planejado e nem chegou perto da perspectiva de desenvolvimento propagada no início desta década. A duplicação, que seria inevitável, passou a ficar distante, um sonho quase inalcançável. Como o caso voltou a ser debatido com deputas em reunião na área do próprio Porto, parece que a empresa voltou a ter interesse na obra. Não vai ser de se espantar caso a duplicação realmente sair, mas para atender interesses da empresa, somente até o trecho da rodovia que dá acesso ao Porto.
E então, já decidiu em qual obra apostar como a primeira a sair do papel? A torcida é para que tudo aconteça, mas, ao analisar o histórico, a perspectiva indica o contrário. Afinal, são intervenções que, ao que parece, estariam virando “lendas” no imaginário popular. Em suma, parte da população vê todos esses comentários como promessas vazias, para não dizer falsas, ao menos até que se prove o contrário.

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    Arnaldo Neto

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