Inquérito da PF apura ameaças
Suzy Monteiro 16/06/2017 21:33 - Atualizado em 21/06/2017 12:04
Beth Megafone em dia de audiência
Beth Megafone em dia de audiência/Paulo Pinheiro
A Polícia Federal instaurou inquérito policial para investigar denúncias de ameaças a uma das testemunhas do caso Chequinho, Elizabeth Gonçalves dos Santos, a Beth Megafone. No início de maio, a radialista denunciou à PF ter sofrido ameaças. A pressão seria para não dar detalhes, em depoimento, sobre o esquema que envolveria uso político do programa Cheque Cidadão. Responsável pelo inquérito, o delegado federal Paulo Cassiano não quis detalhar as investigações, mas disse que estão adiantadas: “A Polícia está perto de identificar os autores”, disse.
Beth procurou a Polícia Federal, dia 8 de maio. Ela relatou ameaças e disse que estava sendo perseguida desde que prestou o depoimento no qual admitiu sua participação na distribuição do Cheque Cidadão na campanha eleitoral de 2016 e detalhou o suposto esquema.
No depoimento, a radialista contou que, em dois dias diferentes, percebeu estar sendo seguida por um carro, um Astra preto, primeiro quando ia com o marido à igreja e, na outra ocasião, ao avistar o mesmo carro na esquina de sua casa. Depois, no dia 7 de abril, ela afirma ter sido perseguida por dois homens em uma moto, no Centro de Campos, até conseguir se refugiar dentro de um shopping. E que, no dia 4 de maio, teria acontecido a ação mais direta.
Elizabeth disse que estava num ponto de ônibus da avenida 28 de março quando dois homens em uma moto sem placa subiram a calçada. Ao pensar que era um assalto, fez menção de entregar o celular, mas um dos homens perguntou se ela era a “Beth Megafone” e em seguida afirmou “Cala sua boca, porque assim como nós te achamos hoje, achamos você e sua família em qualquer dia, em qualquer lugar”. Em seguida, os dois saíram com a moto.
As possíveis ameaças foram tornadas públicas ainda em maio. Na ocasião, o advogado Fernando Fernandes divulgou nota minimizando o depoimento: “Quanto à afirmação de Beth à polícia de que foi ameaçada, é preciso esclarecer que ela não atribuiu a ameaça, no depoimento em juízo, nem a Garotinho nem a nenhum outro vereador. Além do mais, Beth já mudou seu depoimento, no decorrer do processo, seis vezes e foi considerada ‘indigna de fé’ pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É preciso responsabilidade das autoridades públicas, pois há relatos feitos ao juízo de que pessoas foram ameaçadas pelo delegado de polícia. Esperamos providências”, afirmou o advogado, em nota.

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