Denúncia de espionagem não será investigada pelo STF
Aldir Sales 13/06/2017 08:42 - Atualizado em 14/06/2017 11:45
Ministra do STF Cármen Lúcia
Ministra do STF Cármen Lúcia/Divulgação
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nessa segunda-feira (12), que não tomará nenhuma providência a respeito da denúncia de espionagem de ministros da Corte, uma vez que o Palácio do Planalto negou a informação. Reportagem publicada pela revista Veja afirmou que membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teriam monitorado o ministro do STF Edson Fachin, responsável por um inquérito que investiga Temer. A escuta teria sido feita a pedido do presidente, segundo a publicação.
No sábado, após a publicação da reportagem, Cármen Lúcia emitiu uma nota condenando com veemência as suspeitas de monitoramento de ministros do STF. “O Supremo Tribunal Federal repudia, com veemência, espreita espúria, inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça”, escreveu ela na ocasião.
Nessa segunda-feira, o presidente Michel Temer disse que as denúncias divulgadas nas últimas semanas contra ele são “artificiais e montadas” e as relacionou ao momento de saída da crise econômica pelo qual o Brasil passava. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Temer afirmou ainda que não permite interferência de um Poder em outro. “Nas democracias modernas, nenhum Poder impõe sua vontade ao outro. O único soberano é o povo, e não um só dos Poderes. E muito menos aqueles que eventualmente exerçam o Poder. Sob meu governo, o Executivo tem seguido fielmente essa determinação: não interfiro nem permito interferência indevida de um Poder sobre o outro”.
Também nessa segunda-feira Fachin decidiu prorrogar por mais cinco dias o prazo para a Polícia Federal encerrar a investigação sobre Michel Temer a partir das citações ao nome do presidente nas delações dos executivos da JBS.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS