Batalhão de São Gonçalo é alvo de megaoperação contra corrupção
Jane Ribeiro 29/06/2017 16:40 - Atualizado em 30/06/2017 13:11
Operação em São Gonçalo
Operação em São Gonçalo/Reprodução
A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira 62 policiais militares acusados de receber propina de traficantes, 41 deles atuavam no 7º BPM de São Gonçalo, na Região Metropolitana, para onde foram designados os 40 policiais de Campos para reforçar, durante os meses de maio e junho, o policiamento no município. O prazo para o retorno dos policiais terminaria nesta sexta. Com a prisão desses policias, ficaria a dúvida se realmente eles retornariam no prazo estabelecido. Por nota, o Estado-Maior da Polícia Militar confirmou que o cronograma de retorno dos agentes está mantido.
O Conselho Municipal de Segurança Pública informou que o não retorno dos policiais de Campos no prazo certo seria uma preocupação a mais para o município. Segundo o presidente, Ivanildo Cordeiro, a violência na cidade está crescendo e com a possibilidade de estender o prazo a situação poderia ficar complicada.
— Eu, pessoalmente, não acredito nessa extensão de prazo. Acredito que o Comando Geral vai encontrar outra alternativa, mesmo porque, os policiais enviados para lá estavam fazendo trabalho interno e não na rua. Mas, caso isso ocorra, vamos novamente acionar a justiça e espero ter resultado favorável — disse Ivanildo.
Prisão — Uma investigação da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, iniciada fevereiro de 2016, resultou na operação desta quinta-feira para cumprimento de 185 mandados de prisão, sendo 95 deles contra policiais militares. As investigações demonstraram que os policiais recebiam propina para não combater o tráfico de drogas nas comunidades de São Gonçalo. Além disso, revendiam armas e drogas apreendidas nas operações para os bandidos. Numa situação, um dos policiais chegou a oferecer escolta para um “bonde” (grupo) de criminosos se deslocar, após um traficante ter perguntado a ele se era possível alugar um fuzil da própria Polícia Militar para o tráfico.
Em troca do pagamento, os policiais deveriam evitar operações em 44 favelas de São Gonçalo dominadas pela maior facção do Rio. A divisão era feita de acordo com a lotação dos policiais e com o perigo que esses agentes representavam para a facção. Por exemplo: cada GAT — grupos de agentes responsáveis por incursões em favelas — recebia R$ 20 mil por semana; já PMs baseados em cada um dos DPOs recebiam R$ 7,5 mil.

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