Obra tumultua trânsito na BR 101
Ana Laura Ribeiro e Matheus Berriel 26/06/2017 13:24 - Atualizado em 27/06/2017 18:52
BR 101
BR 101/Paulo Pinheiro
O dia foi de trânsito lento, com sinalização no sistema de pare e siga, na BR 101, em Campos, nesta segunda-feira (26). Desde as 9h45, uma obra de manutenção do pavimento foi realizada pela Autopista Fluminense, concessionária que administra a rodovia, no km 66, próximo ao Trevo do Índio, no sentido Espírito Santo. Os reparos seguiram até por volta das 17h, causando um longo engarrafamento, que, no final da manhã, se estendia do Parque Rodoviário até às proximidades do Hospital Ferreira Machado (HFM), no Caju. Entre os motoristas, a opinião foi quase unânime: havia a necessidade do recapeamento asfáltico, mas faltou planejamento.
— Passo sempre aqui e, hoje, está muito complicado, por conta da obra. Necessidade há, mas tem que haver um horário estratégico. Depois do almoço é complicado, é um dos horários de pico. Faltou estratégia. Está tudo parado — reclamou Liesse Velasco, que já estava preso no engarrafamento há cerca de 10 minutos quando conversou com a reportagem.
Maiores foram as reclamações dos moradores do Recanto das Palmeiras, um dos condomínios residenciais próximos ao Boulevard Shopping, que é responsável pelo grande fluxo de veículos na região. Como foi encerrado, no último dia 5, o período de carência do estacionamento do shopping pela rua das Palmeiras, das 16hs às 20hs, a única alternativa dos moradores para chegarem ou saírem de casa é a de enfrentarem o trânsito.
— O horário não podia ser outro? Não informaram nada para os moradores da região. A obra tem que ter, não só na rodovia, mas também uma aqui na saída, perto do shopping. Não temos uma área de escoamento, um sinal... — disse Luiz Clovis Souza, que estava na rua paralela à BR 101, tentando chegar ao condomínio. Situação contrária era a do professor Paulo Alves, outro morador do Recanto. Quando a reportagem foi ao local, ele estava há cerca de três horas tentando sair com o carro para resolver compromissos pessoais no Instituto Federal Fluminense (IFF) de Guarus.
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— Está horrível. Cadê o nosso direito de ir e vir? Os moradores do Recanto não podem sair nem entrar, porque a Autopista fez uma obra sem planejamento. Desde cedo não consigo sair de casa — afirmou Paulo, alertando para os riscos que os moradores da região sofrem devido ao problema de acesso à rodovia. “Estamos pedindo ao poder público uma saída alternativa paralela. Se um paciente passar mal no condomínio, ele morre antes de chegar na BR 101. Não chega ao Ferreira Machado. A Autopista é responsável pela rodovia, mas a parte lateral é da Prefeitura”, completou.
Em nota, a Autopista Fluminense informou que a obra desta segunda foi uma ação emergencial, e que não há previsão de novas intervenções na região nos próximos dias. "Como o segmento é de pista simples (mão dupla), foi necessário sinalizar a região com pare e siga durante o período, com registro de dois quilômetros de congestionamento", disse em um trecho da nota.
Quanto às reclamações dos moradores do Recanto das Palmeiras, já existe um projeto de engenharia elaborado pela concessionária, que pretende ampliar a capacidade de tráfico do trecho entre o Trevo do Índio e o Boulevard Shopping. De acordo com a Autopista Fluminense, falta a aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). "As intervenções terão início tão logo o projeto seja aprovado pelos órgãos competentes. A concessionária considera que a construção do Contorno Rodoviário de Campos dos Goytacazes é a solução definitiva para eliminação do conflito entre o tráfego local e o de longa distância do trecho urbano da cidade", destacou a concessionária.
Procurada pela reportagem, a ANTT disse que "o projeto está em processo de análise e está sendo tratado em regime de urgência". Já o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) reafirmou que pretende "alterar os elementos iniciais do projeto apresentado pela Autopista, por não atenderem as necessidades do trecho — que se inicia em Ururaí e termina no Parque Rodoviário — com comprometimento à mobilidade em equipamentos urbanos importantes como a rodoviária Shopping Estrada, os condomínios residenciais (Recanto das Palmeiras, Parthenon, Athenas, Dhama, Royal Boulevard e Nashville), além, do Shopping Boulevard e, também do acesso ao Parque Rodoviário". O IMTT ainda considera a necessidade de um novo acesso ao Parque Leopoldina, como alternativa necessária, que estaria inicialmente no alinhamento das ruas Lions Clube e Miranda Pinto, onde interceptariam a avenida Dr. Sílvio Bastos Tavares (Estrada do Contorno), com um dispositivo de retorno e conexão viária, que pode ser uma rotatória.
Na mesma nota, o IMTT disse que aguarda as respostas dos protocolos solicitados à ANTT ratificando a aprovação das considerações no novo traçado realizadas pelo órgão de transporte municipal, que foram apresentadas na ocasião da ida do prefeito Rafael Diniz a Brasília, no final de março. "Para tratar do assunto, tem sido realizadas reuniões entre o IMTT, secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Desenvolvimento Econômico e Planejamento, além da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), sendo uma questão prioritária para o município a resolução do Contorno, especialmente por se tratar de um assunto indicado nos Planos Diretores desde a década de 1980", completou.
Fotos: Paulo Pinheiro

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