Famílias expulsas pelo tráfico no Jardim Aeroporto
Matheus Berriel 21/06/2017 20:11 - Atualizado em 23/06/2017 12:22
Casinha de Brejo Grande
Casinha de Brejo Grande/Paulo Sérgio Pinheiro
Entre os direitos previstos na Constituição Federal aos cidadãos brasileiros, está o da moradia. Em Campos, porém, este tem sido violado em ações de criminosos envolvidos com o tráfico de drogas. Entre eles, a 146ª Delegacia Policial, de Guarus, está investigando um caso em que uma moradora do conjunto habitacional do Parque Aeroporto alega ter sido expulsa de casa sob ameaça de morte. O caso teria acontecido na última segunda-feira (19).
De acordo com a vítima, de 49 anos, que terá a identidade preservada, na tarde de segunda, por volta de 14h, ela estava em sua casa, na rua Antônio Garcia Barreto, quando foi surpreendida por três suspeitos armados. Um deles teria colocado a arma em sua cabeça e dito: "ou você me da a chave, ou morre aqui". Ainda segundo a vítima, ela entregou a chave da residência e foi para a casa de um parente, que também mora em Guarus. O caso foi registrado, nesta terça, na 146ª DP.
No final da manhã desta terça-feira, a Polícia Militar realizou diligências na casa, junto da vítima, que disse não pertencerem a ela os móveis e utensílios que estavam no local. No momento da ação policial, não havia ninguém, mas foram encontrados uma conta de luz no nome da proprietária; carteira de identidade, cópia do CPF e três alvarás de soltura em nome do suspeito, de 22 anos, que foi reconhecido por foto pela vítima como o homem que havia lhe ameaçado com a arma. A mulher afirmou que ele tem relação com o tráfico de drogas do bairro. No histórico do suspeito, há duas prisões, ambas por posse ou porte ilegal de arma de fogo. No último dia 29, ele foi um dos presos transferidos da Cadeia Pública Dalton Crespo de Castro para o presídio Carlos Tinoco da Fonseca. Atualmente, está em liberdade devido a um alvará de soltura.
Ainda na residência, também foram recolhidas cópias da carteira de identidade, CPF, título de eleitor e currículo de uma jovem de 18 anos, que seria companheira do principal suspeito. Na tarde desta terça, após saber da diligência policial na casa, ela compareceu de forma voluntária à 146ª DP para prestar depoimento, onde disse desconhecer a vítima e o motivo da reclamação da mesma. Ela afirmou ainda que está morando no local há cerca de duas semanas, na companhia do homem, e que o imóvel teria sido cedido por uma prima, que estaria no local há alguns meses.
Até o fechamento desta edição, o suspeito ainda não havia sido localizado, bem como os outros dois suspeitos que teriam participado da ação de segunda-feira e, até o momento, não foram identificados. De acordo com a Polícia Civil, ações criminosas deste tipo têm se tornado "prática comum" no local e também em outros conjuntos habitacionais de Campos. Segundo a PM, o conjunto habitacional do Parque Aeroporto é local de intenso tráfico de entorpecentes, sob influência e/ou comando da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP). No bairro, há constantes registros de bailes funks em uma quadra de esportes, palco de várias apreensões de drogas, mesmo com a atuação dos chamados "fogueteiros", pessoas que têm a função de soltar fogos sempre que a polícia se aproxima.

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