A 1ª Feira dos Povos acontece neste sábado (1º), das 9h às 19h, no Anfiteatro Antonio Roberto de Góis Cavalcanti, Kapi, no Parque Alberto Sampaio, no Centro de Campos. O evento terá a participação de representantes de povos como portugueses, libaneses, espanhóis e descendentes de africanos, dentre outros, que ajudaram a formar a sociedade campista. Além da culinária, serão apresentadas diversas outras manifestações culturais, incluindo o artesanato, a música e a dança. A 1ª Feira dos Povos é realizada pela superintendência de Igualdade Racial e pela Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), em conjunto com outros órgãos da prefeitura, e tem entrada gratuita.

A superintendente de Igualdade Racial, Lucia Talabi, contou que a Feira fará parte do calendário de eventos da cidade anualmente. Ela também explicou sobre o surgimento e o objetivo da Feira dos Povos.

— Ela foi criada com o intuito de promover um encontro entre pessoas que vivem em Campos, colocando em destaque a descendência cultural delas. O povoamento da cidade é marcado, como em todo Brasil, pela entrada de estrangeiros ao longo de todos esses anos. É uma sociedade miscigenada, diversificada, portanto rica culturalmente. A Feira tem como objetivo central aproximar as pessoas que vivem em Campos através de suas expressões culturais. Queremos dar visibilidade ao enorme potencial criativo e produtivo existente nesta cidade — disse.

Ainda segundo Talabi, a expectativa é que passem pelo evento, entre as 9h e as 19h deste sábado, de 300 a 600 pessoas.

— E elas contribuem não só para a recuperação do Parque Alberto Sampaio, mas também de Campos. Ações como esta incentivam o uso e ampliam a frequência de pessoas, promovem o turismo cultural, criam espaço de geração e distribuição de renda e valorizam a paisagem urbana, além de ajudar a reduzir o índice de violência social. É um evento que propõe festejar e celebrar, reunindo talentos e virtudes como meio de resistência e parte da solução dos problemas que enfrentamos e enfrentaremos.

A superintendente de Igualdade Racial enfatizou, ainda, que o evento parte do resgate das primeiras etnias que povoaram o Norte Fluminense e que, desde o século XVI, contribuíram para a construção da dinâmica cultural da região.

— O modo de vida de uma região é definido por diversas características que, quando combinadas, o diferencia das demais. Aspectos como religião, língua, culinária, danças, etnia, prática produtiva, entre outros, se apresentam como traços culturais relevantes, passíveis de investigação. Enfatizamos a identificação, a descrição e a análise do processo de formação de regiões culturais a partir das transformações ocorridas no espaço e expressas na paisagem pelos índios e portugueses, mediante a inserção de novos códigos culturais.

Kapi — O Anfiteatro localizado no Parque Alberto Sampaio passou a se chamar “Antonio Roberto de Góis Cavalcanti, Kapi”. A iniciativa partiu do projeto de Lei nº. 0090/2017, que foi aprovado na terça (27) e que foi enviado pelo gabinete do prefeito Rafael Diniz. O diretor teatral, turismólogo e poeta Antônio Roberto Kapi (1955/2015) foi quem dirigiu o espetáculo “Arena Conta Zumbi”, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, que inaugurou o espaço, em 1988.