Caso Sunset: assista aos depoimentos da audiência
30/06/2017 20:35 - Atualizado em 01/07/2017 11:29
A Justiça Eleitoral realizou na última segunda-feira (26) a audiência para inquirição de testemunhas no “caso Sunset”. Após a eleição de 2012, o PMDB e a coligação “São João da Barra não pode parar” — vencedores das eleições municipais daquele ano com Neco (PMDB) como prefeito e Alexandre Rosa (hoje PRB) como vice — denunciaram o grupo político liderado, à época, pelo ex-prefeito e candidato Betinho Dauaire (PR) de participação em um esquema de compra de votos. Os denunciantes apresentaram imagens do circuito interno de câmeras do edifício Sunset, em Campos, onde alegam que teria ocorrido a suposta entrega do dinheiro para a compra de votos. Como de praxe nas ações eleitorais, os denunciados não foram ouvidos, com exceção de Jakson Correa Meireles, por pedido da acusação (veja o último vídeo). Ele disse ter recebido dinheiro na noite em questão.
Jakson é personagem também na operação Machadada, que mirou o grupo liderado pela prefeita Carla Machado (PP), e mudou seu depoimento no decorrer do processo. Ele gravou conversas, inclusive com a prefeita, que foram usadas como provas no caso. Depois, mudou sua versão e disse ter recebido R$ 60 mil para procurar candidatos do então grupo governista, insinuar insatisfação com o seu grupo político e gravar as conversas. Em primeira instância, a mudança de depoimento de Jakson não surtiu efeito, já que os denunciados — Carla, Alexandre, Neco e o vereador Alex Firme (PP) — foram condenados em primeira instância.
A acusação também pediu para ser ouvido o denunciado Luiz Fernando Henrique Eduardo, mas houve oposição da defesa — diferente do caso de Jakson. Pela defesa dos investigados, foi solicitado, entre outros pontos, a expedição de um ofício à Prefeitura de SJB, solicitando cópia de um contrato de locação de imóvel que seria relacionado a uma pessoa ligada a Jakson, o que foi deferido. Também será juntado ao processo os documentos de um inquérito que seria relacionado ao caso.
Além de Betinho, Jackson (que foi candidato a vereador) e Luiz Fernando (radialista e irmão de candidato), o então candidato a vice pelo PR, Gersinho Crispim (atual SD), hoje vereador da base do governo Carla ; o presidente do diretório do PR em SJB, Bruno Dauaire, hoje deputado estadual; os ex-vereadores Kaká (Avante) e Zezinho Camarão (DEM); o radialista Winster Brito (à época candidato a vereador); Rodrigo Rocha (que foi candidato); Lucas Assed, que seria o proprietário do imóvel na qual, de acordo com a denúncia, os políticos estiveram um dia antes da eleição; e Ranan Sampaio, que foi candidato a vereador.
Nenhuma das testemunhas afirmaram ter visto dinheiro com os denunciados no edifício Sunset — com exceção de Jakson, que, na verdade, é denunciado. Uma testemunha não foi ao Sunset, mas diz ter visto Kaká entregar dinheiro a uma pessoa na Água Santa (bairro de SJB).
OS VÍDEOS DOS DEPOIMENTOS
Por se tratar de um processo que não corre em segredo de Justiça, os vídeos estão disponíveis para consulta. Em muitos trechos, é possível observar que o microfone não capta com exatidão todas as palavras, bem como não há alta qualidade das imagens.
1- A primeira testemunha ouvida foi Nelson Marins Sobrinho. Ele conta que morava no edifício e relata a movimentação de políticos que considerou suspeita na noite anterior ao pleito de 2012:
2- Também foi ouvido Reginaldo Pereira Terra. Ele conta que ficou em frente ao prédio, no carro de um amigo, durante o período que todos os denunciados estiveram no Sunset. Reginaldo disse ter comunicado o fato de imediato a nomes ligados à campanha de Neco:
3- Depois, Cristiano de Souza Borges fala sobre o que considerou ser uma atitude suspeito do ex-vereador Kaká na véspera do pleito de 2012:
4- Outra testemunha ouvida foi Flávio Quintanilha. Ele era estagiário no escritório de advocacia dos denunciantes em 2012. Ele conta que foi à Polícia Federal e à Polícia Civil na noite da estranha movimentação, mas o efetivo estaria de greve. O vídeo tem mais de nove minutos, mas a maior parte por é de discussão quanto à validade (já que ele atuava no caso como estagiário). O depoimento, mesmo, começa em 6:41:
5- Por último, Jakson presta depoimento e confessa participação no caso. O juiz chega a achar estranho o fato de o advogado dele não interferir em nenhum momento, apesar de seu cliente confessar atitudes ilícitas:

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    Arnaldo Neto

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