MPF denuncia Cabral e mais seis por fraude de R$ 300 milhões na Saúde
16/05/2017 08:17 - Atualizado em 16/05/2017 09:24
Quinze dias depois de ter deflagrado a Operação Fatura Exposta, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), o ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes e outras cinco pessoas pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa. César Romero, subsecretário-executivo de Côrtes, Carlos Miranda, Carlos Bezerra, Miguel Iskin e Gustavo Estellita também vão responder criminalmente pelas irregularidades cometidas na Secretaria Estadual de Saúde, entre 2007 e 2014. Eles são acusados de desviar até R$ 300 milhões em em contratos fraudados da secretaria e do Instituto Nacional de Traumatologia.
Na denúncia, oferecida à 7ª Vara Federal Criminal, a Operação Fatura Exposta identificou que Cabral cobrava 5% de propina sobre todos os contratos firmados pelo estado — sistema que se ramificou na Secretaria de Saúde, segundo o MPF. A organização criminosa era chefiada pelo ex-governador e operada por Côrtes e pelo subsecretário da Pasta, César Romero. Os dois direcionavam licitações de serviços e equipamentos médicos ao cartel organizado pelos empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita, sócios nas empresas Oscar Iskin Ltda e Sheriff Serviços e Participações.
O MPF relatou que os empresários eram responsáveis por trazer ao país companhias estrangeiras que participavam de licitações internacionais, concorrências divulgadas apenas no Brasil. As empresas organizavam um rodízio que privilegiava uma por vez. O arranjo, diz o órgão, permitia aos envolvidos saber quanto cada empresa cobraria pelos produtos mesmo antes da cotação do pregão internacional.

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    Arnaldo Neto

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