Autor do requerimento, Genásio consegue assinaturas e diz: "Vai ter CPI da Lava Jato"
Suzy Monteiro 26/04/2017 22:58 - Atualizado em 27/04/2017 15:51
Antônio Leudo
Sessão da Câmara / Antônio Leudo
Um ano após ser proposta pela primeira vez, a CPI da Lava Jato finalmente sairá do papel. O autor do novo requerimento para a abertura da Comissão, vereador Genásio (PSC), conseguiu nove assinaturas nessa quarta-feira (26), antes mesmo da sessão. Após a leitura do requerimento, o vereador Marcos Bacellar (PDT) anunciou que também faria parte. Nesta quinta (27), o chamado G5 também irá assinar, totalizando 15 vereadores a favor da investigação do contrato da Odebrecht com a Prefeitura de Campos durante o governo Rosinha. Também nessa quarta, foi aprovada a extinção da Agência Reguladora de Serviços Públicos (Aserp).
Até quarta já haviam assinado Genásio, Marcão (Rede), Fred Machado (PPS), José Carlos (PSDC), Cláudio Andrade (PSDC), Abu (PPS), Pastor Vanderly (PRB), Neném (PTB), Álvaro Cesar (PRTB) e Marcos Bacellar. Nesta quinta, assinarão os vereadores do G5 — Silvinho Martins (PRP), Jorginho Virgílio (PRP), Enock Amaral e Marcelo Perfil (ambos do PHS) e Igor Pereira (PSB).
Genásio pediu ao presidente do Legislativo dois dias para conversar com os demais colegas, mesmo os fora da bancada governista. Será uma forma, segundo ele, de dar uma oportunidade de todos participarem.
— Vamos conversar com todos, até fora da base. Com a CPI, queremos apurar fatos, não pessoas. Se as investigações chegarem até algumas pessoas, que elas respondam por seus atos. Será uma CPI sem perseguição ou revanchismo. O que queremos é uma Câmara diferente e transparente. Se as investigações não apontarem nenhuma irregularidade, vamos apontar no relatório. Mas, se tiver, não vamos empurrar a sujeira para debaixo do tapete — afirmou Genásio.
Em plenário, ele leu o requerimento, falando sobre o contrato da Odebrecht com a Prefeitura de Campos. Lembrou que, durante cumprimento de mandado de busca na casa de um dos executivos, uma listagem foi encontrada e nela havia os nomes do ex-governador Garotinho e da hoje ex-prefeita Rosinha.
Genásio destacou também o fato de um dos delatores — o executivo da Odebrecht Leandro Andrade Azevedo —, que fez parte da assinatura do contrato do Morar Feliz em Campos, ter afirmado que houve repasse de caixa dois para o casal Garotinho.
Marcão destacou que nessa quarta completava um ano de quando ele mesmo, um dos quatro vereadores de oposição à época, conseguiu as assinaturas necessárias para a CPI da Lava Jato, mas a antiga presidência apresentou outras comissões que nunca “andaram”.
Plenário da Câmara aprova extinção da Aserp
A Câmara de Campos aprovou nessa quarta a extinção da Agência Reguladora de Serviços Públicos (Aserp), seguindo o parecer da CCJ. O vereador Marcos Bacellar (PDT) chegou a pedir o adiamento da votação, sob a justificativa de que não houve tempo para analisar. O presidente Marcão (Rede) negou o pedido, alegando que o projeto já está tramitando há mais de um mês na Casa. Bacellar insistiu, mas Marcão colocou em votação a continuidade da discussão.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, vereador Claudio Andrade (PSDC), explicou: “A criação se deu de forma genérica, não especificando o serviço a ser fiscalizado. O que faz a agência não ter efetividade”.
A vereadora Joilza Rangel, que chegou a ser nomeada no final do governo Rosinha presidente da Agência, contestou a extinção, afirmando que a agência é importante. Já o líder do governo, Fred Machado (PPS), destacou que a lei da Agência foi aprovada pela Câmara em junho do ano passado. E destacou que existe no Legislativo uma comissão de serviços concedidos, destinada a fiscalizar as concessionárias e sem onerar os cofres do município.
A extinção foi aprovada com os votos contrários de Bacellar, Joilza, Álvaro Oliveira, Geraldinho de Santa Cruz e Cabo Alonsimar.

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