A ação que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico será pautada para maio, é o que informou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes. Questionado, ontem, sobre a data do julgamento, o ministro do TSE disse que não tem prazo definido, mas considerou “razoável” que seja na segunda quinzena do próximo mês.

A ação chegou a ser levada a julgamento neste mês, mas a análise foi interrompida após o plenário do TSE conceder mais prazo para que as defesas entreguem novas alegações finais e determinar a oitiva de mais testemunhas.

Mesmo que seja levada a plenário no mês que vem, a expectativa é de que o julgamento termine adiado sem previsão por um pedido de vista (mais tempo para estudar o processo) de algum dos sete ministros que compõem o plenário do TSE.

Como Dilma Rousseff sofreu um impeachment no ano passado, é possível que o mais afetado por uma eventual condenação seja Michel Temer, que pode ser afastado da Presidência da República. O TSE pode decidir ainda por julgar as contas dos dois acusados em separado, o que beneficiaria o atual presidente. Em caso de condenação, ambos podem se tornar inelegíveis.

No entanto, o processo pode sofrer novos atrasos para ser julgado. A Corte vai passar por mudanças, com as saídas dos ministros Henrique Neves e Luciana Lóssio até o início de maio. Em entrevista ao Estadão, Tarcísio Vieira, que será o substituto de Lóssio, disse que o julgamento será um “fardo bastante pesado” que o TSE saberá enfrentar. Teixeira falou, ainda, que vê com naturalidade um eventual pedido de vistas. (A.N.)