O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, aceitou nova denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e mais 19 pessoas. Eles são acusados por cartel e fraudes em licitações, na reforma do Maracanã e do conjunto de obras conhecido como PAC das Favelas. É o sexto processo no âmbito da Lava Jato no Rio a que Cabral responde. Preso preventivamente desde novembro, ele também é réu em um processo da Lava Jato que tramita na Justiça Federal em Curitiba.

Segundo Bretas, foi levado em conta as informações decorrentes das delações premiadas de executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia. “As declarações dos colaboradores mencionaram expressamente as obras de reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014, além de outras grandes obras públicas de construção civil, dentre as quais, a construção do Arco Metropolitano e a urbanização de grandes comunidades carentes na cidade do Rio de Janeiro - PAC Favelas, todos custeados com recursos federais”, disse o magistrado.

De acordo com a denúncia do MPF, houve sobrepreço milionário nas obras citadas. No Maracanã, por exemplo, o orçamento inicial era R$ 705 milhões e o custo final ficou em R$ 1,2 bilhão, após 16 aditivos. Segundo procuradores, Cabral receberia 5% do valor inicial.

Além do ex-governador Sérgio Cabral, o juiz aceitou denúncia contra outras 19 pessoas, entre elas Wilson Carlos, Hudson Braga, Marcelo Duarte Ribeiro, Fernando Cavendish, Benedicto Júnior.