Ministério encontra bactérias em 8 de 302 amostras de frigoríficos
06/04/2017 16:12 - Atualizado em 13/04/2017 13:37
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou nesta quinta-feira (6) que 39 amostras de produtos dos 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca - deflagrada no dia 17 de março - apresentaram problemas de ordem econômica ou de saúde pública. A força-tarefa do ministério analisou 302 amostras de diferentes lotes e marcas, em uma auditoria independente da investigação da Polícia Federal.
Do total de amostras analisadas, oito apresentaram problemas de saúde pública.
Sete laudos de análises de hambúrgueres continham a bactéria salmonella, vindos de três lotes diferentes da marca Novilho Nobre, do frigorífico Transmeat. Já na linguiça cozida do frigorífico FrigoSantos, de Campo Magro (PR), foi encontrada presença da bactéria Staphylococcus coagulase positiva.
Todos os produtos que continham problemas de saúde pública serão descartados, segundo secretário executivo do ministério, Eumar Novacki, pois não servem para nenhum tipo de subproduto. A presença dessas bactérias pode causar problemas como diarreia e vômito.
Além disso, 31 amostras apresentaram problemas de ordem econômica, como não observância de critérios técnicos ou fraude dolosa, mas que não colocam em risco a saúde dos consumidores, segundo Novacki.
Entre amostras estavam lotes de embutidos que continham excesso de amido e ácido sórbico, um conservante proibido em linguiças e salsichas, produzidas pelos frigoríficos Souza Ramos, de Colombo (PR), e Peccin. Já nos produtos dos frigoríficos BRF, de Mineiros (GO), e Frango DM, de Arapongas (PR), foi encontrado excesso de água no frango. Segundo Novacki, todos os produtos já foram recolhidos e as unidades estão passando por inspeções técnicas.
A lista dos frigoríficos auditados estará disponível no site do Ministério da Agricultura. O secretário-executivo explicou que os consumidores devem ficar atentos ao número do Serviço de Inspeção Federal (SIF) dos produtos, que é a melhor forma de identificar as marcas que apresentaram problema.
Segundo Novacki, o ministério já iniciou os procedimentos para cancelamento do SIF dos frigoríficos: Peccin (SIF 825), de Jaraguá do Sul (SC); Peccin (SIF 2155), de Curitiba (PR); e Central de Carnes (SIF 3796), de Colombo (PR). Todas essas unidades já estão interditadas e outros frigoríficos podem ter o registro cassado à medida que as investigações avancem. “Todos, pequenos, médios ou grandes, terão que pagar pelos erros detectados e o ministério vai agir de modo muito duro”, disse.
Auditoria na fiscalização
O secretário-executivo disse ainda que a pasta está antecipando o calendário de auditoria nas unidades de fiscalização dos estados. “Que essa auditoria nos dê a situação de como estão funcionando o serviço de inspeção em cada estado. E não está descartada a troca de superintendentes”, disse, explicando que as equipes de fiscalização também sofrerão rodízio, com troca de posições técnicas.
Já estão sendo realizadas ações em Pernambuco, na Bahia, em Tocantins, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e em São Paulo.
Outro lado
Em nota à imprensa, o frigorífico BRF informou que obteve resultados divergentes no controle que é realizado diariamente dentro da unidade de Mineiros (GO). Segundo a empresa, existem inúmeras variáveis que podem interferir nos resultados de Drip Tests (teste que mede o teor de água no descongelamento de carcaças de frango), tais como condições de transporte e acondicionamento do frango assim como questões fisiológicas.
“A BRF já solicitou contraprova junto ao Mapa e está realizando uma verificação rigorosa nos seus controles de processo na fábrica e centros de distribuição. Até uma resposta definitiva, os produtos permanecerão retidos, apesar da inexistência de riscos à saúde do consumidor”, informou o frigorífico.
Fonte: Agência Brasil

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