Reocupação de terras segue no 5º distrito
Mário Sérgio Junior 20/04/2017 19:35 - Atualizado em 23/04/2017 14:29
Cerca de 50 famílias permaneciam, nesta quinta-feira, reocupando as terras que foram desapropriadas para instalações do Porto do Açu. Na última quarta-feira, pequenos agricultores do Açu, 5º distrito de São João da Barra, junto com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), reocuparam as terras após oito anos das terras terem sido desapropriadas. Segundo o MST, a ação faz parte da jornada nacional de luta pela terra que ocorre em todo o Brasil, de 17 a 21 de abril.
De acordo com representante da Associação dos Proprietários Rurais e de Imóveis do Município de São João da Barra (Asprim), Rodrigo Santos, a reocupação é por tempo indeterminado. “O interesse é despertar a atenção das autoridades e fazer com que a Justiça olhe para os produtores. Exigimos que nos devolvam as escrituras de nossas propriedades. Fomos roubados e nada mais justifica que não possamos voltar para as nossas terras e à produção”, disse.
No local da desapropriação, a pretensão do empresário Eike Batista, hoje preso pela Lava Jato, era a criação de um distrito industrial na área do entorno do Porto do Açu, à época controlado pela LLX. Cerca de 500 pequenos proprietários foram desapropriados.
Em nota, a Prumo, atual responsável pelo Porto do Açu, informa que “em conjunto com o Estado do Rio de Janeiro, contribui para o desenvolvimento do Distrito Industrial de São João da Barra, promovendo a atração de empresas para gerar emprego e renda para a sociedade, bem como acelerando a economia local e o aumento na arrecadação de tributos em toda a região Norte Fluminense. Para que este desenvolvimento econômico aconteça, é importante que as áreas estejam livres de desembaraços para o uso industrial – que é vocação das áreas, de acordo com o Plano Diretor do município e o planejamento de desenvolvimento socioeconômico do Estado do Rio de Janeiro. A empresa acredita na importância do diálogo com a comunidade, medida que sempre foi prioridade desde o início da instalação do Distrito Industrial. As ações de desapropriação, realizadas pelo Estado, tramitam no poder judiciário e transcorrem de acordo com a legislação brasileira”.

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