Comércio abre, mas intimidado por manifestação fecha as portas no Centro
28/04/2017 15:54 - Atualizado em 30/04/2017 16:40
  • Lojas fecham as portas após ameaças

    Lojas fecham as portas após ameaças

  • Lojas fecham as portas após ameaças

    Lojas fecham as portas após ameaças

O comércio de Campos funcionou na manhã desta sexta-feira (28), mas por volta das 14h, em decorrência da movimentação para o ato em protesto às reformas trabalhista e Previdenciária, as lojas na área central começaram a fechar as portas, após ameaças, por telefone, de quebra-quebra, segundo informou a gerência da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos. Na área da Pelinca e demais bairros da cidade, o comércio funcionou normalmente.
— Os comerciantes estão ligando aqui para a CDL e relatando ameaça anônima de que vão quebrar lojas se o comércio não fechasse. A quem está nos ligando, estamos orientando para o fechamento para evitara possibilidade de prejuízos humano e material. Já contatamos o tenente-coronel Fabiano, comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, mas não há possibilidade de um policial em cada estabelecimento, por isso estamos orientando o comerciante a ponderar os prós e contras de manter as portas aberta, já que o movimento foi pequeno no comércio na parte da manhã — informou o gerente da CDL Nilton Miranda.
Em nota, a assessoria do 8º BPM informou que "houve um policiamento especial em Campos por conta das manifestações, que seguiram pacíficas", concluiu. 
Lojas fecham as portas após ameaças
Lojas fecham as portas após ameaças / Antônio Leudo
A comerciária Aline Miranda, atendente de uma loja aberta no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, onde o ato promovido por sindicatos começou pontualmente às 15h, disse que não tinha recebido orientação para fechar. “Não vamos fechar até segunda ordem. Mas, nossa preocupação é com a segurança. Uma loja já foi assaltada aqui perto mais cedo. Também não gostaria de estar na manifestação que está acontecendo”, disse ela.
No período da manhã, um grupo de manifestantes contrários às reformas trabalhista e Previdenciária colocou fogo em galhos, caixotes e pneus na BR 101, na altura do campus do Instituto Federal Fluminense (IFF), em Guarus, interrompendo o tráfego de veículos e tumultuando o trânsito em vários pontos da cidade. A pista foi liberada pouco depois das 10h e o tráfego foi normalizado. No Centro, outro grupo fechou a pista da avenida José Alves de Azevedo (Beira-Valão) que dá acesso à ponte Leonel Brizola, no cruzamento com a rua Tenente Coronel Cardoso (antiga Formosa) por cerca de 30 minutos e depois se dispersou.
No final da noite, manifestantes voltaram a fechar a BR 101, no cruzamento da avenida Alberto Torres, por cerca de 40 minutos. Os veículos menores conseguiram desviar da via, entretanto, carretas, caminhões e ônibus não conseguiram trafegar. 
  • Protesto fecha a BR 101 em Guarus

    Protesto fecha a BR 101 em Guarus

  • Protesto fecha a BR 101 em Guarus

    Protesto fecha a BR 101 em Guarus

  • Manifestantes fecham a Beira-Valão, no Centro

    Manifestantes fecham a Beira-Valão, no Centro

Os ônibus saíram das garagens das empresas do município nesta manhã e circulam normalmente, exceto os veículos que têm a BR 101 em seu trajeto e encontraram dificuldades até a liberação da pista. O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Roberto Virgílio, confirmou que a categoria não aderiu ao movimento. As repartições públicas municipais também mantiveram seu funcionamento nesta sexta-feira.
Como já havia sido anunciado pelo Sindicato dos Bancários, as agências não funcionaram nesta sexta-feira. Em alguns bancos, serviços internos foram mantidos, assim como o funcionamento dos caixas eletrônicos, apesar de o atendimento ao público ter sido suspenso. No entanto, clientes da Caixa Econômica Federal reclamaram, no período da manhã, que não conseguiram utilizar o auto-atendimento.
Algumas escolas particulares de Campos também suspenderam as aulas nesta sexta, por conta da paralisação.
O presidente eleito do Sindicato dos Bancários, Rafanele Alves, disse que o protesto “foi muito positivo. Um dia chuvoso e ainda assim com grande mobilização. Muitas categorias aderiram. Tivemos no calçadão, à tarde, um público que há muito tempo não se via em manifestação de trabalhadores”.
Temer lamenta atos de violência 
O presidente Michel Temer divulgou no início da noite desta sexta nota lamentando “fatos isolados de violência” nas manifestações. No comunicado, o presidente defendeu as reformas que o governo vem empreendendo, alvo das críticas das mobilizações.
“Infelizmente, pequenos grupos bloquearam rodovias e avenidas para impedir o direito de ir e vir do cidadão, que acabou impossibilitado de chegar ao seu local de trabalho ou de transitar livremente. Fatos isolados de violência também foram registrados, como os lamentáveis e graves incidentes ocorridos no Rio de Janeiro”, escreveu o presidente.
Segundo o documento, as manifestações “ocorreram livremente” e com “a mais ampla garantia ao direito de expressão”.
No Rio o protesto começou na Alerj e se espalhou pelo Centro e chegou até a Ponte Rio-Niterói. Ao fim da manifestação contrária às reformas o saldo foi de oito ônibus queimados.
A situação foi semelhante em várias capitais pelo país e no Distrito Federal.

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