Comércio e órgãos municipais funcionam normalmente nesta sexta-feira
Dora Paula Paes e Rodrigo Gonçalves 27/04/2017 19:27 - Atualizado em 28/04/2017 16:12
Comércio em Campos
Comércio em Campos / Rodrigo Silveira
O comércio e as repartições da Prefeitura de Campos estarão funcionando normalmente nesta sexta-feira (28), apesar do movimento proposto por sindicatos para uma greve geral. Bancários prometem não abrir agências nesta sexta-feira, mas o expediente interno está previsto. A decisão da abertura ou não de escolas particulares ficou a cargo de cada instituição, mas, até essa quinta-feira (27), a paralisação estaria confirmada em apenas 15 das cerca de 120 unidades existentes em Campos. No caso dos rodoviários do município, até as 20h de quinta não havia qualquer confirmação de adesão, mas outras reuniões ainda aconteceriam na madrugada.
Nas redes sociais, a população se divide: há os que compartilham “no dia 28 de abril vou trabalhar” e os que vão parar como forma de protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista, esta última com texto base já aprovado na Câmara Federal. Também há os grupos se digladiando; parte acredita que a greve é movimento orquestrado por corrente política ligada ao ex-presidente Lula e ao seu partido, o PT, e a outra que tenta negar movimentação política.
— A melhor forma de enfrentar a crise neste momento é trabalhando. É necessário que fique bem claro que todo o comércio em todos os seus níveis, das lojas do Centro, shoppings, supermercados e outros segmentos irão funcionar normalmente — ressaltou o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, Joilson Barcelos, acrescentando que, mesmo que as agências bancárias fechem, não afetará a atividade comercial. A CDL chegou a divulgar nota desmentindo boato de que o comércio não funcionará nesta sexta. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também defendeu a abertura normal das empresas nesta sexta.
No início da semana, o prefeito de Campos, Rafael Diniz, também determinou a antecipação do pagamento dos servidores municipais para essa quinta-feira em decorrência da possibilidade da greve, para não haver prejuízo aos trabalhadores em caso de paralisação dos bancos. Também anunciou que todos os setores da Prefeitura vão funcionar normalmente neste dia e reforçou, também em rede social, a manutenção das atividades. “A Prefeitura entende que a greve é um direito de todos, porém, o atendimento à população de Campos não pode ser afetado”, destacou em nota.
Apesar do anúncio de adesão de 15 escolas particulares do município à paralisação, feito pelo Sindicato dos Professores de Campos e São João da Barra (Sinpro), o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particular de Campos (Sinepe) divulgou nota onde esclarece que a entidade “não concorda e não apoia a paralisação das atividades no dia 28”.
O sindicato dos Bancários e outros ligados aos trabalhadores de mais segmentos aderiram à paralisação em protesto às reformas. Os que apoiam o movimento prometem ato no Centro de Campos, às 15h. Na região, as prefeituras de São João da Barra e São Francisco de Itabapoana decretaram ponto facultativo.
Na quarta-feira, juízes da Justiça do Trabalho em Campos e serventuários fizeram um protesto por cerca de uma hora, fechando a rua Tenente Coronel Cardoso, na área do Centro. Os bispos católicos de Campos, que participam da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), também apoiam o movimento.
Governo corre para aprovar as reformas
No Congresso e Senado Federal o trabalho tem sido intenso para aprovar os projetos das reformas. Considerado prioritário pelo governo Michel Temer, o da reforma trabalhista teve um índice de votos contrários de 20% entre deputados de partidos da base governista. Na votação, concluída na madrugada dessa quinta-feira (27), votaram contra o projeto 86 parlamentares dos 415 que pertencem a siglas aliadas ao governo.
A reforma trabalhista foi aprovada com 296 votos a favor e 177 contrários. Para que passasse no plenário, era necessária a maioria simples dos votos entre os deputados presentes.
Mas os 296 votos não seriam suficientes para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), como a da Reforma da Previdência, por exemplo, para a qual o governo necessita, no mínimo, 308 votos, o que corresponde a três quintos dos 513 deputados.
O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), considerou a aprovação uma vitória e disse que agora virá a “etapa do convencimento” sobre a reforma da Previdência.
— Colocamos uma margem muito ampla nessa aprovação e agora, vencida essa matéria, aí sim, vamos nos deter na questão da Previdência — completou Aguinaldo.

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