"Vida" estreia nos cinemas
19/04/2017 18:24 - Atualizado em 22/04/2017 13:30
Entre as estreias desta quinta-feira (20) nos cinemas de Campos, o destaque é o filme “Vida”, de Daniel Espinosa. Já habituado a realizações bem regadas com um suspense incrível, trabalha novamente com Ryan Reynolds, num elenco que conta ainda nos principais papéis com Jake Gyllenhaal e Rebecca Ferguson.
O argumento original ficou a cargo da dupla composta por Rhett Reese e Paul Wernick, uma equipa que já foi responsável por trabalhos como “G.I. Joe: Retaliação” (2013), “Bem-vindo à Zombieland” (2009) e “Deadpool” (2016). Tudo filmes bastante diferentes daquele agora criado.
“Vida” conta a história, já vista e revista aos olhos de tantos, sobre como poderia ser o primeiro contato da raça humana com qualquer tipo de vida extraterrestre. Sem surpresas, a primeira parte desenrola-se sobre um vasto leque de elementos-chave (forma simpática de denunciar clichês) que este tipo de filmes tem dado. Personagens de pouca profundidade passeiam pelo espaço para seguir uma narrativa que não apresenta nada de novo.
O cenário que é pintado é fiel para aqueles que acreditam que pudesse ser o real. O cinema fez um bom trabalho em ensinar como é o imaginário por detrás de uma história de ficção cientifica, o que poupa ao realizador algum trabalho de ambientação do público. Mas essa vantagem não tarda em tornar-se em desvantagem quando deixamos de sentir que o realizador nos tentou levar mesmo para dentro da, neste caso, estação espacial. O décor é realista, embora se continua a olhar para um quadro sem ser levado para dentro da pintura.
Evidente que a atuação dos atores dá uma certa profundidade ao desenrolar da história, mas com um fraco argumento para trabalhar, acabam por deixar um sabor agridoce aos espectadores; se por um lado estamos perante atores que entregam o necessário no filme, aqui a destacar-se Jake Gyllenhaal, por outro, a falta de motivações coerentes nas personagens, pouca personalidade em cada uma delas e não mais que uma camada de emoções, tornam toda a experiência deste filme muito pior do que poderia ser.
A trilha sonora, como qualquer bom filme de ficção cientifica e/ou suspense (neste caso, ambos) está repleta de música intensa, instrumentais fortes e efeitos sonoros que servem de sinalização para o ambiente que se quer retratar. Nada a apontar neste campo, cumprem com o necessário e colaboram para melhorar o trabalho que já tem uma vertente de imagem muito forte. “Vida” tem uma imagem espacial não futurista, acreditando-se nela sem impressionar ou deixarmos envolver no ambiente que recria.
“Vida” tinha tudo para ser um tiro certeiro, mas acabou por ser um tiro ao mesmo alvo a que todos apontam. O resultado final não é fraco, atenção! O filme está longe de ser ruim e certamente que irá entregar momentos intensos que nos fazem mudar de posição algumas vezes. Porém, não esquecer que uma história como esta pode ser encontrada em vários clássicos, e que, por isso mesmo, devemos ter em conta que por muito que mudemos o tamanho ou a cor, uma roda será sempre uma roda. Esta visão sintética faz parte das observações da crítica. Porém, o púbico campista, por certo, deverá prestigiar “Vida”.
Temos ainda a estreia de “Gostosas, Lindas e Sexies”. Prosseguem em cartaz “A Bela e a Fera”, “O Poderoso Chefinho”, “Velozes e Furiosos 8”, “A Cabana” e “Os Smurfs e a Vilda Perdida”.
(A.N.) (C.C.F.)

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