É campeão
05/03/2017 21:56 - Atualizado em 07/03/2017 11:32
Depois de muita polêmica durante a semana e de mostrarem rara união, Fluminense e Flamengo decidiram hoje a Taça Guanabara em um jogo emocionante, franco, aberto, com viradas, reviradas e indefinição a todo o tempo. Não vi o jogo ao vivo, assisti o VT completo no Sportv2, exibido logo após a partida.
O jogo foi eletrizante, especialmente o 1º tempo, vencido pelo Fluminense por 3x2. O tricolor foi senhor do jogo em boa parte dele, dominando o meio de campo, de forma até surpreendente, já que, além de ter elenco considerado menos qualificado, tinha os desfalques importantíssimos de Douglas e Gustavo Scarpa, o craque do time.
Abel colocou Pierre como primeiro volante e adiantou o equatoriano Orejuela, que jogou muito como segundo volante, com ótimo passe e saída de bola. O outro equatoriano, Sornoza, jogou uma barbaridade e foi decisivo para o controle do meio campo. Na frente Wellington Silva, autor do primeiro gol e do belo passe para o segundo gol, foi decisivo e mortal nos contra-ataques. 
O ponto falho no Flu foi a defesa, que permitiu dois gols de jogadas aéreas, como já havia acontecido no Brasileirão passado. O instável goleiro Julio Cesar, que falhou nestes 2 gols, acabou sendo decisivo nos pênaltis ao defender o batido por Réver e ao acertar o canto e induzir Rafael Vaz ao erro no outro pênalti perdido pelos rubro-negros.
O Fla não deixou de lutar, mas foi um time mal armado e escalado pelo seu técnico Zé Ricardo, que não consegue explorar o grande potencial do seu elenco, fato que poderá ser mortal na Libertadores, a sua competição mais importante do ano. A zaga ficou desprotegida quase todo o jogo, exposta ao rápido contra-ataque do Fluminense.
Os rubro-negros devem ter sentido muita saudade de Márcio Araújo, por incrível que pareça. Apesar de terem sido decisivos negativamente na cobrança de pênaltis, os zagueiros do Fla não podem ser crucificados, já que ficaram expostos quase todo o tempo e já chegavam vendidos nos lances.
O destaque absoluto do Fla foi Guerrero, autor do gol de empate em 3x3, ao cobrar com maestria uma falta, em que pese ter cometido um pênalti bobo quando seu time vencia por 2x1. Berrío entrou bem no final do 2º tempo e foi responsável pelo calor na defesa do Flu no final do jogo. Não pode jamais ser banco.
A vitória do Flu, nos pênaltis, por 4x2, após empate em 3x3 no tempo normal, foi justa. Foi o melhor em campo. O time ignorou o cansaço de uma longa viagem ao interior do Mato Grosso, os importantes desfalques e o melhor elenco do adversário.
Como acontece com frequência em jogos decisivos entre eles, o Flu superou o Fla e conquistou a Taça Guanabara, que vale pouco, bem pouco hoje em dia, sequer garante um lugar na final no campeonatozinho organizado pela Ferj, por incrível que pareça. Mas vale pelo clássico e pela rivalidade. 
Assim como em 1995, o Fluminense entrou com a inscrição AME O RIO no lugar destinado ao patrocinador. Por falta dele, o investimento no time foi baixo. Como há 22 anos, de um lado havia um time humilde, bem armado e com ótimo técnico, encarando do outro um time com fartos recursos, elenco milionário e recheado de craques.
O placar quase foi o mesmo de 1995, com o 3x2 persistindo até os 40 minutos do 2º tempo. Guerrero levou o jogo para o 3x3 e os pênaltis, que teve a cobrança decisiva convertida por Marcos Jr, autor do gol do título da Primeira Liga em 2016. Mas o resultado final foi o mesmo de 1995, vitória do Fluminense, em mais um épico Fla x Flu.

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    Christiano Abreu Barbosa

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