Jonas Lopes x Garotinho: Algemas x Tornozeleiras
13/03/2017 11:06 - Atualizado em 13/03/2017 11:18
montagem
Pai e filho entre algemas e tornozeleiras / montagem
Os delatores da Lava Jato Jonas Lopes de Carvalho Júnior, ex-presidente do TCE por indicação de Garotinho, e Jonas Lopes de Carvalho Neto, advogado de Garotinho, realizaram as suas delações premiadas que já foram homologadas, e, para salvar as próprias peles, podem ter complicado a vida de Garotinho, padrinho de “Joninhas” no TCE, e cliente de Neto, seu advogado.
As acusações contras os “Jonas”
Em sua delação premiada, o ex-diretor da Odebrecht Leandro Azevedo diz que o advogado Jonas Lopes de Carvalho Júnior operava na aprovação de contratos que favoreciam a Odebrecht no Rio. Segundo Leandro Azevedo, Jonas Lopes pediu propina a executivos das três empreiteiras do consórcio responsável pela linha 4 do metrô do Rio: Queiroz Galvão, Odebrecht e Carioca Engenharia.
Os pedidos de propina envolveriam o Maracanã e a Linha 4 do Metrô do Rio. Leandro Azevedo afirma que o valor de R$ 1 milhão foi entregue ao filho de Jonas Lopes, e advogado de Garotinho, Jonas Lopes de Carvalho Neto, no escritório de advocacia Lopes de Carvalho e Pessanha Advogados Associados (CNPJ: 09.330.783/0001-46), que ocupa um conjunto de sete salas no Centro do Rio. Essa empresa foi fundada em sociedade com o atual desembargador Francisco de Assis Pessanha Filho, sobrinho de Jonas, que foi Procurador Geral do Município de Campos dos Goytacazes no Governo Rosinha Garotinho.
No domingo, dois dos mais respeitados colunistas do país abordaram o assunto, mostrando um cenário assustador para o político da Lapa campista:
Longe da Ruína - Lauro Jardim
"Delator Jonas Lopes cumprirá prisão domiciliar longe do Rio. O ex-presidente do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro que fechou uma explosiva delação premiada ficará com tornozeleira eletrônica por dois anos.
A prisão domiciliar será em sua fazenda de Além Paraíba (MG), bem distante dos escombros que restarão da Assembléia Legislativa do Rio após sua colaboração".
Algemas a postos - Elio Gaspari
"A colaboração de Jonas Lopes de Carvalho, ex-presidente do Tribunal de Contas do Rio, explodirá a estrutura das artes e manhas do PMDB no estado. Os ex-governadores Sérgio Cabral e Anthony Garotinho terão com o que se preocupar. Acima deles, por incrível que pareça, o poderoso Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa. Isso para não se falar nos demais conselheiros e nas pencas de prefeitos que passavam pelo Tribunal.
A colaboração do doutor e de seu filho já foi homologada e, pelo andar da carruagem, a Polícia Federal e o juiz Marcelo Bretas estão preparando o bote".
Se não deve, o que teme?
Contraditoriamente, o ex-governador Garotinho antecipou-se as eventuais acusações: “Os inimigos que tenho acumulado nestes anos defendendo o povo e combatendo essa quadrilha de malfeitores que assaltou o Rio e o Brasil podem querer – por vingança - me meter no meio. Podem me investigar, aliás, como já fizeram inúmeras vezes. A frase é antiga, mas não fica velha: quem não deve, não teme”.
Fogo amigo?
Dessa será difícil creditar possíveis acusações, se houverem, a inimigos, afinal, Jonas Júnior é seu fiel escudeiro de velhos tempos e Jonas Neto, seu advogado nas mais intricadas ações.
Se deve e não teme, por que tanto medo?
Sinuca de bico
A certeza de Garotinho de que nada será dito contra ele mostra que a situação dos Jonas é delicada. Eventuais acusações que tenham feito que possam levar Garotinho à cadeia com a sua ajuda poderão ser devolvidas em uma eventual delação premiada do próprio Garotinho, o que os deixa na famosa “sinuca de bico”. Pois, se em suas delações premiadas eles omitirem fatos importantes que poderão ser posteriormente apurados, as férias de dois anos na Fazenda de Além Paraíba poderão se transformar em férias bem mais longas na cadeia, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

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