Dor Crônica e Psicoterapia
23/03/2017 11:18 - Atualizado em 23/03/2017 11:23
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Por Lidiane Silva*
 
Quem nunca sentiu dor? Seja uma dor leve, moderada ou intensa, tal sensação pode ser de permanência breve ou uma dor que se manifestará por toda a vida, seja dores musculares ou dores psicossomáticas causadas por fatores emocionais podendo ser considerado um processo de sofrimento suportável e às vezes insuportável na vida de uma pessoa, mudando sua rotina e suas emoções.
A dor é um fenômeno multidimensional envolvendo aspectos físico-sensoriais e aspectos emocionais. Dor crônica, aguda, cefaléias, fibromialgia e lombalgias, muitas concepções e técnicas sobre a dor vem se solidificando na prática clinica da medicina, da fisioterapia e da psicologia. A atuação de um psicólogo é recomendada tanto para avaliar como para tratar os condicionantes da emoção.
A Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED) destaca que o paciente deve ser encaminhado para o psicólogo quando: Os sintomas são mais graves que o esperado em uma avaliação clínica pelos médicos ou fisioterapeutas; Quando há incapacidade e a dor interfere significativamente na capacidade do paciente realizar atividades rotineiras (trabalho/lazer); Quando há sinais de estresse, ansiedade ou depressão devido a nova condição clínica e ou comorbidades; Quando há uso abusivo de medicamentos e ou analgésicos que causam dependência; Diante de falhas excessivas nos tratamentos, dificuldade de aderência ao tratamento.
O processo de avaliação do terapeuta vem sendo um grande desafio devido a dificuldade do paciente em aderir a todos os tratamentos necessários e fazer acompanhamento psicoterapêutico.
Para o paciente uma situação inesperada relacionado ao diagnóstico da dor crônica pode aumentar a ansiedade, desencadear irritabilidade, insônia, autoestima baixa, humor triste, intenso sentimento de impotência e alguns casos podendo desencadear depressão leve á moderada devido algumas restrições ou perda de algumas habilidades que a dor pode provocar.
Fatores emocionais e a personalidade influenciam muito na intensidade e na resistência do paciente a suportar a dor, por isso, alguns são considerados mais “fortes” por possuírem uma estrutura psíquica resiliente, dotado de condições a se adaptar e moldar-se segundo aos tratamentos indicados. Muitos buscam maximizar o prazer em algumas áreas da vida para evitar a dor, modificando seu ambiente, manipulando estímulos e controlando o sentimento para que haja mudança no comportamento. O limiar de percepção e de tolerância da dor pode abaixar de acordo com a modificação de crenças nas sessões de psicoterapia, associando com outras técnicas como o relaxamento para amenizar a situação vivenciada.
A psicoterapia é um tratamento auxiliar ou complementar ao individuo acometido pela dor, as sessões de psicoterapia direciona o cliente a identificar que a potencialidade da dor pode estar relacionada á sintomas conversivos, que é desencadeado por conflitos inconscientes e manifestado em forma de dor por todo ou corpo ou áreas especificas.
Uma das funções do psicólogo é auxiliar o paciente a se ver no mundo, que mesmo estando com a uma nova condição desagradável na vida, ele continua com potencialidades e novas habilidades a serem desenvolvidas para que a qualidade de vida e a saúde mental seja preservada.
Para um tratamento eficaz é fundamental que os profissionais envolvidos no processo de tratamento trabalhem de forma integrada, promovendo a saúde do paciente em um todo e não somente seu sintoma.
Lidiane é Psicóloga.
CRP 16/2896

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    Nino Bellieny

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