Da boneca do Waldir ao circo de Brasília
Guilherme Belido 26/02/2017 13:03 - Atualizado em 01/03/2017 13:17
No Planalto, o carnaval fora de época dura o ano inteiro. O PMDB está seguindo à risca a receita do PT, disputando quem tem mais nomes investigados na Lava Jato. Logo após o carnaval, o ministro Padilha é quem vai sambar
Se neste domingo todo mundo está pulando o carnaval, por aqui vamos pulando, pulando e pulando de assunto, num texto carnavalesco que, espera-se, não vire um circo. Corrigindo... todo mundo, vírgula, porque Campos não vai ter carnaval – no que fez muito bem. O sensato seria que no Brasil inteiro, excetuando as cidades turísticas que faturam nos dias de momo, o evento deveria ser suspenso pela grave crise que assola o País e só o Henrique Meirelles consegue enxergar que “as coisas estão melhorando muito...”. Mas, como Brasília é um carnaval... tá tudo certo.
Sobre o cancelamento da folia na doce terra do Ururau, é óbvio que não virão amanhã com o tal ‘fora de época’ – como aconteceu em anos passados – o que não teve nenhum cabimento. Carnaval fora de época é para lugares onde o evento atrai tamanho volume de gente que são feitos dois para que a cidade dobre o faturamento. Aqui, serviu para gerar prejuízo: ao invés de receita, despesa. Coisas do governo passado, que ao longo de oito anos teve tudo para colocar em prática uma grande administração e acabou do jeito que se viu. Parêntesis, à guisa de justiça: obras importantes – não poucas – e melhoramentos necessários, foram realizados. Mas a gestão é que foi uma tragédia. Para encerrar o assunto com boas novas, depois de 10 anos tivemos o retorno da Boneca do Waldir, que é um alento para o folião campista que pôde desfrutar seu ‘momento carnaval’ na praia de Grussaí.
FALANDO em tragédia e na falência da Segurança Pública, todo mundo amou o primeiro Flamengo x Vasco do ano (que divide com o Fla x Flu um dos p r i n c i p a i s clássicos do futebol da América da Sul) onde, onde, onde...? Em Volta Redonda! Claro! Volta Redonda é ideal para receber a maior torcida do Brasil em jogo contra seu ferrenho rival. Mas a explicação é esclarecedora e reconfortante: a PM informou que não tinha condições de garantir a segurança dos torcedores e das pessoas em seu entorno. Parabéns à CBF, à Ferj e à Secretária de Segurança Pública. E fica a dica: amanhã ou depois, p o d e r e m o s dizer aos turistas que visitarem ao Rio, que se afastem de Copacabana, Ipanema e Leblon, porque não se pode garantir a segurança nas praias e livrá-los dos arrastões. Eles que procurem uma piscina.
Em termos de vida noturna, da Lapa à Zona Sul, nadica de nada. Que ninguém fale em segurança. Melhor que voltem para os hotéis às 20 horas e vejam televisão. Passar por São Conrado de noite? O quê? Defronte à Rocinha... Tão de brincadeira com a polícia? Podem esquecer. Na Barra, a saída dos shoppings, depois das 18h, também é desaconselhável.
Metrô e ônibus é uma aventura: você pode não chegar ao destino. Já os táxis... Bem! Desde que não parem no trânsito para trocar socos e tiros com motoristas de Uber (e acabar sobrando bala perdida para o passageiro), é tranquilo. O turista que chega nos aeroportos é roubado no taxímetro, mas isso nem conta, né? Faz parte. Bala perdida – como de todos sabido – é episódio comum e dispensa comentário. Por fim, andar pelo Centro é uma temeridade, salvo para os que estiverem acostumados com guerrilhas em seus respectivos países, cenário hoje comum nas imediações do Paço Imperial e Palácio Tiradentes (Alerj) em conflitos semanais entre a polícia e os manifestantes. Ah... Importante: o Maracanã já não é problema. Está abandonado, depredado, o matagal tomou conta, o gramado está detonado, as cadeiras foram roubadas e ninguém vai mais lá mesmo. Questão resolvida. Para que não digam que não se falou de flores, tem a alternativa de visitar o Palácio Guanabara, – sede do governo do estado. Lá é bem seguro e não tem ladrão. (*) E quem não estiver satisfeito coma Segurança Pública do Rio de Janeiro, que se mude para Vitória pra ver com quantos paus se faz uma canoa.
EM BRASÍLIA... Mantendo a média de perder um ministro por mês, o governo Michel Temer deve ter nova baixa logo após o carnaval. Eliseu Padilha, nada menos que Chefe da Casa Civil, será o nono a possivelmente deixar o Planalto, para variar suspeito de envolvimento em esquema de propina investigado pela Lava Jato. Pelo jeito, o PMDB está seguindo direitinho os passos do PT (peemedezada substituindo a petezada), com o presidente Temer – com sua costumeira pose de ‘tudo ok’ – fazendo das tripas coração para segurar seus auxiliares. Já tem gente dizendo que, caso não seja preso, Lula é o cara para 2018. Não falta mais nada!
Os políticos não precisam de máscara.
Se quiserem, podem até tirar nesses
dias a que usam nos outros 360.
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