PF aponta indícios de pagamento de propina a Pezão
09/02/2017 17:33 - Atualizado em 09/02/2017 17:49
A Polícia Federal apontou em relatório desta quinta-feira (9) indícios de que o governador do Rio Luiz Fernando Pezão (PMDB) recebeu propina do esquema que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), era comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). O nome do governador consta em anotações encontradas durante busca e apreensão na casa de Luiz Carlos Bezerra, apontado como um dos operadores de Cabral. No relatório, encaminhado à 7ª Vara Federal Criminal do Rio, a PF sugere o envio das informações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que Pezão tem foro privilegiado.
De acordo com a PF, Pezão estaria ligado repasses de propina de R$ 140 mil e um outro de R$ 50 mil. O governador ainda não se manifestou sobre o assunto.
“Apesar de ainda não terminada a análise do material (outras pessoas recebedoras de valores estão sendo identificadas), é certo que foi identificado como recebedor de valores o Sr. Luiz Fernando Pezão, governador do estado do Rio de Janeiro (ainda que nesse momento haja decisão do TSE pelo seu afastamento) sendo necessário que, salvo melhor juízo, Vossa Excelência, após parecer ministerial, possa submeter tais itens ao foro competente (STJ) para proceder a investigação em face do mesmo”, aponta o documento da PF.
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Em anotação na casa de Luiz Carlos Bezerra, apontado como operador de Cabral, o nome do governador aparece vinculado ao valor de R$ 50 mil / Reprodução
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De acordo com a PF, em outra anotação encontrada na Casa de Bezerra, Pé, ao lado do valor de R$ 140 mil, é uma referência a Pezão e o valor da propina / Reprodução
 
Cassação — Nessa quarta-feira (8), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro cassou os mandatos do governador e do seu vice, Francisco Dornelles (PP), por abuso de poder econômico e político, tornando-os inelegíveis por oito anos. A Corte determinou ainda que sejam realizadas eleições diretas para a escolha dos representantes do Poder Executivo estadual. A decisão, no entanto, somente produz efeito após o trânsito em julgado, ou seja, quando não cabe mais recurso. Por maioria dos votos, o abuso de poder econômico e político ficou configurado uma vez que o Governo do Estado concedeu benefícios financeiros a empresas como contrapartida a posteriores doações para a campanha do então candidato Pezão e de seu vice. 
Com informações do jornal O Globo e da assessoria do TRE

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    Arnaldo Neto

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